quinta-feira, 27 de março de 2014

Vivam as espreguiçadelas!!!!!!!!!!

E de manhã, não se esqueçam de espreguiçar!!! É o primeiro "alongamento" do dia! Faz bem e sabe ainda melhor.

E ao longo do dia, espreguicem também!

Já repararam como algumas das coisas mais básicas, como espreguiçar e bocejar, por exemplo, fazem parte da lista de "coisas-a-não-fazer-em-publico-porque-parecem-mal"? Como será que isto começou? Bem, o que interessa, é que deveria acabar.

O ser humano sempre a querer esconder a sua animalidade (menos naquilo que interessa!). De tal maneira, que muitos de nós já se esqueceram que, de facto, são animais.

Já agora, apesar de já não ter nada a ver com bocejos e espreguiçadelas, se o ser humano é uma espécie "superior", deveria ser responsável por proteger todas as outras e não, usar a sua relativa superioridade, para maltratar outros seres, além do próprio planeta...

E dizem que os racionais somos nós! Pois sim...

terça-feira, 18 de março de 2014

Dicas para Chaturanga Dandásana

Cá estão umas boas dicas para o Chaturanga Dandásana, uma posição em que muuuuuitos continuam a fazer batotice, apesar das constantes correções...

Uma coisa que nunca percebi é porquê que, apesar de constantemente dizer para pousarem os joelhos no chão, quando ainda não conseguem baixar o corpo todo ao mesmo tempo, muitos teimam em não o fazer e preferem fazer o que eu chamo de "flexão à minhoca". Sabem como é? Quando a bacia cai directa para o chão, depois a barriga e só depois chega o peito?

Mais uma vez, o ego a atrapalhar... Mais, não significa melhor, lembrem-se!

sexta-feira, 14 de março de 2014

Moleza ao sol

Praticar yoga ao sol sabe tão bem...  Às vezes, deixa-me cheia de energia e com vontade de mexer o corpinho. Outras vezes, deixa-me cá com uma moleza, que chego mais depressa à parte do relaxamento. 

Foi o caso de hoje. Claro, para além do sol, o facto de ter dormido menos que o habitual, de ter andado duas horas a pé com as patudas e de começar a praticar à hora a que devia estar a almoçar, também deve ter contribuído para a moleza...

Até encontrarmos o caminho do meio, tendemos a caminhar pelos extremos. Durante muito tempo, tanto as minhas práticas pessoais, quanto as minhas aulas, eram puramente "intuitivas", ou seja, não preparava nada previamente, não pensava no que ía fazer. Chegava o momento e, simplesmente, deixava fluir. Até tentava planear, por vezes, mas acabava por fazer tudo diferente.

Não deixei de seguir a minha intuição. Muito pelo contrário! No entanto, senti necessidade de um pouco mais de "planeamento". 

Hoje em dia, nas minhas práticas e nas aulas (as aulas são o reflexo das minhas práticas), sei onde quero chegar, tenho uma idéia do caminho, mas deixo espaço para responder ao momento. 

Gosto daqueles minutos iniciais das aulas, em que esperamos que todos entrem na sala, em que as pessoas vão conversando, rindo, etc. Não só é bom para descontraírem e conviverem um pouco, como me dá a hipótese de sentir o ambiente, perceber a energia da turma. E não é raro sentir que, o que eu tinha planeado para a aula, não tem nada a ver com o que os alunos precisam naquele dia. 

O mesmo se passa com as minhas práticas pessoais. Aliás, aconteceu hoje! Comecei a fazer a minha prática habitual, que me tem acompanhado nos últimos tempos, mas, a páginas tantas, senti que me estava a tentar encaixar numa prática que não era o que precisava hoje. Por isso, a meio, mudei de caminho. 

Não somos iguais todos os dias. Mudamos de momento a momento. Se somos energia e, se uma das suas características é o movimento, nós somos movimento constante. O que hoje é bom para nós, amanhã pode não ser. Há que respeitar... 

A flexibilidade começa dentro. Como podemos ter um corpo flexível, se por dentro formos rígidos? 

Há muitos anos atrás, tive a possibilidade de participar num workshop de alongamento e flexibilidade, com o Prof. Dr Estélio Dantas, organizado por uns alunos do FCDEF. Para ser sincera, lembro-me de pouco do que fizemos. Mas uma frase ficou gravada na minha mente: "Querem ter um corpo aberto? Comecem por ter uma cabeça aberta". Bem verdade!

Realmente, sempre que escrevo sobre a prática de yoga, lembro-me de tantas situações do quotidiano em que as mesmas lições se aplicam. Um dos desafios de que falo muitas vezes nas aulas, quando praticamos as posturas, é: corpo firme, mas descontraído; firmeza, sem qualquer rigídez; força, com suavidade. Para mim, é um desafio na prática de yoga e em tudo na vida.

E, quando começo a escrever, assim como quando começo a falar, as horas passam e eu vou pulando de assunto em assunto, sem descanso. Mas, como tenho que ir trabalhar, só mesmo por isso, vou parar por aqui!

Gosto sempre de colocar uma imagenzinha nos textos para dar cor. A que escolhi hoje, nem tem muito a ver com o que escrevi (ou terá?), nem tem muita cor, mas foi a que venceu o sorteio!

 Já agora, esta era a música ambiente!

quinta-feira, 13 de março de 2014

O Google não responde a tudo

A resposta às perguntas mais importantes, não se encontra no Google, nem em nenhum outro lado, a não ser dentro de cada um de nós.

Se não existe objecto observado, sem observador, ou seja, se este mundo exterior, que parece tão concreto e permanente, nada mais é que a projecção das idéias que temos sobre ele, nada mais é do que a materialização do nosso conteúdo mental, não deveríamos nós tentar perceber um pouco melhor que raio de conteudo é esse?

Se através de tudo aquilo em que acreditamos, todos os nossos pensamentos mais profundos, somos os criadores da nossa realidade, não deveríamos nós conhecer um pouco melhor a nossa mente?

Por mais longo que seja o caminho, começa com o primeiro passo. E o primeiro passo é simples: reservar uns minutos do dia, todos os dias, para parar, respirar e olhar para dentro, sem distracções externas (até porque já temos distracções internas que cheguem). E se tu disseres que não tens tempo para isso, então, és tu quem mais precisa parar!

Às vezes precisamos "perder tempo", para ganhar tempo.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Be happy!

Não devemos procurar a felicidade fora. Acredito que, ser feliz, é um estado interior. Uma opção que fazemos, independentemente das circunstâncias externas.

Há quem tenha tão pouco e seja feliz. Há quem tenha tudo e esteja sempre insatisfeito. Talvez devessemos rever o nosso conceito do que é "ter tudo".

Procuramos felicidade em bens materiais. Procuramos felicidade nos outros. Mas a nossa felicidade não pode depender de objectos, que um dia temos e, no dia seguinte, podemos já não ter.

Não podemos esperar que os outros façam por nós, o que não estamos dispostos a fazer por nós próprios. Colocar a nossa felicidade "às costas" do outro, como se fosse sua responsabilidade, é um peso enorme!

Devemos segurar as rédeas da nossa vida. Sermos responsáveis por ela.

Sejam felizes, que a vida é curta. Não esperem por amanhã. Não esperem por nada, nem por ninguém, para se sentirem felizes. Acordarmos, todas as manhãs, com saúde, com um dia inteiro de novos momentos, novas possibilidades... Querem maior razão para sermos felizes???

A vida brinda-nos com o milagre da vida, todos os dias. Não sejamos ingratos!

quinta-feira, 6 de março de 2014

O corpo, porta para outra realidade

Encontrei esta imagem numa página do facebook e, imediatamente, identifiquei-me com ela. Lembrou-me dos meus primeiros anos de prática de yoga.

Não sou daquelas pessoas que fixam datas e sabem, exactamente, quando começaram a praticar yoga, por exemplo. Eu sei que comecei, algures, nos meus dezassete anos, porque foi com essa idade que, pela primeira vez na vida, me inscrevi num ginásio e foi lá que conheci aquele que viria a ser o meu primeiro professor de yoga.

Lembro-me que fiz umas aulas, em que o yoga, para mim,  não passava de exercício físico, essencialmente, alongamentos, que me custavam imenso a fazer e me levaram a pensar que, talvez, eu tivesse nascido com as vértebras fundidas umas nas outras, tal era a rigidez...

Assim comecei. A praticar uma vez por semana, depois duas...até que acabei por praticar de segunda a sábado. 

As aulas que eu tinha, na altura, eram extremamente físicas. Aliás, nesses primeiros três anos, aproximadamente, ásana era tudo o que fazíamos. Só mais tarde fui apresentada à prática de pránáyáma, mantra, meditação...

No entanto, o que começou por ser uma aula de exercícios físicos diferentes dos que eu fazia no ginásio, acabou por ser muito mais. Comecei a sentir coisas como nenhuma outra actividade me tinha feito sentir. Sem saber muito bem o que me estava a acontecer, muito menos, como me estava a acontecer, mas eu estava a mudar. E a mudança, era cá dentro.
 
Esse meu professor, dava aulas em casa, a um máximo de três pessoas de cada vez. Por isso, eu praticava com uma amiga. Eramos só as duas. Tornamo-nos muito próximas nessa altura. Estavamos ambas a mudar, começavamos a ver as coisas de maneira diferente. O que antes fazia sentido, aos poucos, ía deixando de fazer. 

Não sabíamos muito bem o que estava a acontecer. Ainda hoje, é difícil de explicar este processo de mudança interior, que o yoga tráz à nossa vida. Só sabíamos que estávamos diferentes. Víamos a vida de forma diferente. Pensávamos, sentíamos e agiamos de forma diferente. E isso aproximou-nos muito. Não era fácil partilhar a nossa experiência com a maioria das pessoas. Há vinte anos atrás, não havia tanta gente a praticar yoga. A maioria das vezes que falava nesse assunto com alguém, ainda era olhada de forma esquisita, como quem diz: "yoga, o que é isso?". Havia os que pensavam que era uma seita, ou uma coisa esquisita para gente esquisita, que gostava de estar sentada no chão, de olhos fechados e a fazer sons estranhos. Referiam-se, claro, ao mantra Om.

Não conhecíamos outros praticantes. E acabamos por ser o apoio uma da outra. 

Como sempre, já me desviei do assunto...

As nossas aulas, por vezes, tinham hora para começar, mas não tinham para acabar. O nosso professor investiu muito em nós, acreditou em nós e disse que nos queria dar formação. Não tinhamos começado a praticar yoga com esse objectivo. Mas gostamos do desafio. 

Ele era exigente. Muito exigente! Agradeço-lhe por isso. Posso dizer que, as minhas bases do yoga, os primeiros alicerces, foram construídos, de forma bem firme, com a ajuda dele. 

Eramos levadas ao extremo. Eramos obrigadas a enfrentar e ultrapassar os nossos limites. E quando, em certos exercícios, com permanências que pareciam nunca mais acabar, nos passava pela cabeça desistir e descansar, ouvíamos: "se vocês param agora, nunca mais vos ensino yoga". E, como num passe de magia, ficavamos logo cheias de força outra vez! 

A verdade é que, através do corpo, fui-me apercebendo que existia em mim uma força imensa. E que eu só precisava tomar consciência e aprender a chegar a ela. 

Foi-se tornando óbvio, também, que essa força não era "física". A força do corpo, rapidamente se esgotava com a exigência das práticas. Era algo maior. Mais subtil, mas muito mais forte! 

Quando as aulas acabavam, nós saímos vermelhas como uns tomates, cabelos desalinhados, todas suadas, mas de cabeça e peito bem erguidos, com uma incrível sensação de força. Naqueles momentos, sentíamos que não havia nada que não conseguíssemos fazer na nossa vida.

Tudo isto começou pelo corpo, a porta de entrada para uma outra realidade...

Descobri um outro "eu", para além do "eu" que tinha conhecido até então. Comecei a ver-me com outros olhos. Com os meus olhos! Comecei a ver-me como eu era, não como os outros me tinham convencido que eu era. E como poderia a vida continuar a ser a mesma? 

E, como estes são momentos de partilha, partilho a música ao som da qual escrevi!