Praticar yoga ao sol sabe tão bem... Às vezes, deixa-me cheia de energia e com vontade de mexer o corpinho. Outras vezes, deixa-me cá com uma moleza, que chego mais depressa à parte do relaxamento.
Foi o caso de hoje. Claro, para além do sol, o facto de ter dormido menos que o habitual, de ter andado duas horas a pé com as patudas e de começar a praticar à hora a que devia estar a almoçar, também deve ter contribuído para a moleza...
Até encontrarmos o caminho do meio, tendemos a caminhar pelos extremos. Durante muito tempo, tanto as minhas práticas pessoais, quanto as minhas aulas, eram puramente "intuitivas", ou seja, não preparava nada previamente, não pensava no que ía fazer. Chegava o momento e, simplesmente, deixava fluir. Até tentava planear, por vezes, mas acabava por fazer tudo diferente.
Não deixei de seguir a minha intuição. Muito pelo contrário! No entanto, senti necessidade de um pouco mais de "planeamento".
Hoje em dia, nas minhas práticas e nas aulas (as aulas são o reflexo das minhas práticas), sei onde quero chegar, tenho uma idéia do caminho, mas deixo espaço para responder ao momento.
Gosto daqueles minutos iniciais das aulas, em que esperamos que todos entrem na sala, em que as pessoas vão conversando, rindo, etc. Não só é bom para descontraírem e conviverem um pouco, como me dá a hipótese de sentir o ambiente, perceber a energia da turma. E não é raro sentir que, o que eu tinha planeado para a aula, não tem nada a ver com o que os alunos precisam naquele dia.
O mesmo se passa com as minhas práticas pessoais. Aliás, aconteceu hoje! Comecei a fazer a minha prática habitual, que me tem acompanhado nos últimos tempos, mas, a páginas tantas, senti que me estava a tentar encaixar numa prática que não era o que precisava hoje. Por isso, a meio, mudei de caminho.
Não somos iguais todos os dias. Mudamos de momento a momento. Se somos energia e, se uma das suas características é o movimento, nós somos movimento constante. O que hoje é bom para nós, amanhã pode não ser. Há que respeitar...
A flexibilidade começa dentro. Como podemos ter um corpo flexível, se por dentro formos rígidos?
Há muitos anos atrás, tive a possibilidade de participar num workshop de alongamento e flexibilidade, com o Prof. Dr Estélio Dantas, organizado por uns alunos do FCDEF. Para ser sincera, lembro-me de pouco do que fizemos. Mas uma frase ficou gravada na minha mente: "Querem ter um corpo aberto? Comecem por ter uma cabeça aberta". Bem verdade!
Realmente, sempre que escrevo sobre a prática de yoga, lembro-me de tantas situações do quotidiano em que as mesmas lições se aplicam. Um dos desafios de que falo muitas vezes nas aulas, quando praticamos as posturas, é: corpo firme, mas descontraído; firmeza, sem qualquer rigídez; força, com suavidade. Para mim, é um desafio na prática de yoga e em tudo na vida.
E, quando começo a escrever, assim como quando começo a falar, as horas passam e eu vou pulando de assunto em assunto, sem descanso. Mas, como tenho que ir trabalhar, só mesmo por isso, vou parar por aqui!
Gosto sempre de colocar uma imagenzinha nos textos para dar cor. A que escolhi hoje, nem tem muito a ver com o que escrevi (ou terá?), nem tem muita cor, mas foi a que venceu o sorteio!
Já agora, esta era a música ambiente!
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