terça-feira, 10 de março de 2015

Nadismo - a prática do nada fazer

Hoje, a minha prática de yoga foi, simplesmente, parar e não fazer nada! 

Nem sequer me refiro a parar sentada numa postura meditativa, de olhos fechados, etc. Não. Foi mesmo parar, alapada no sofá, sem fazer nada.

Uma horinha de nadismo, a arte de nada fazer!

Depois de uma manhã preenchida, desde as 7h até às 14h, tinha de ser. Entre as aulas que dei, levar as cadelas à casa de banho, preparar o espaço para as aulas, etc, o tempo voou. O almoço foi "ambulante", comendo e fazendo outras coisas ao mesmo tempo, para poder ter tempo...

Quando as 14h chegaram, era altura de fazer a minha prática. Estendi o tapete de yoga, mas sentei-me no sofá a olhar para ele.

Uma parte de mim dizia: "vai praticar, tem que ser agora, senão depois já não tens tempo". Outro lado dizia: "não faças nada, estás a precisar parar, porque estás sem espaço para mais nada dentro de ti". 

Enquanto estas duas vozinhas íam falando dentro da minha cabeça, o tempo ía passando...

Normalmente, o "diabinho" em nós é o que diz: "não faças". Mas hoje, percebi que era a voz do "anjinho", que me dizia para parar. E parei mesmo. Uma horinha de nada fazer. E que bem que soube!

Pois é, eu bem digo que escrevo para mim, para me relembrar do que tantas vezes esqueço. Hoje, estive quase a esquecer duas coisas que passo a vida a apregoar: o yoga não pode ser apenas mais uma tarefa na agenda e a disciplina também tem de ser disciplinada. Até me lembrei de uma terceira coisa, que digo muitas vezes: a flexibilidade não pode ser só nas pernas.

Temos de ter a capacidade de nos moldarmos à realidade de cada momento. Temos de ter a capacidade de perceber o que estamos a precisar, a cada instante.

E quando parar é o melhor remédio, há que parar!



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