sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

My meditation is living...

Quando comecei a escrever, planeava falar sobre a minha prática. Mas, entretanto, enquanto preparava o meu almoço, rodeada pelas minhas patudas gulosas, veio-me o seguinte pensamento: "não há nada melhor do que estar em paz".

A vida pode não estar como gostaríamos (será que alguma vez estará?), podemos não ter tudo o que gostaríamos (será que alguma vez teremos?), mas quando temos paz cá dentro do coração, quando a nossa consciência está tranquila e de bem connosco (ou nós de bem com ela?), então, temos o mais importante.

E percebo isso nestes momentos de prazeres tão simples... E porque o mais importante está nas entrelinhas da simplicidade, hoje, nem me apetece tagarelar muito.

Fui...

My meditation, is living in peace...

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O que alguns fazem em nome do yoga...

Incrível... Não acho que professor de yoga tenha de fazer voto de pobreza e rejeitar todos os bens materiais. Se o homenzinho criou um império, pois, "sorte" a dele.

A minha questão é a grande falta de humildade e a atitude que ele mostra, tanto quando está a dar as aulas, como com as respostas que dá ao jornalista.

Sempre achei que não fazia sentido nenhum defendermos o "nosso estilo de yoga", como sendo melhor que o dos outros. Todo o yoga é bom. Todo o yoga, desde que não lhe tirem a sua essência, é válido. No futebol, faz parte cada um defender a sua camisola e dizer mal de todos os outros. Mas, no yoga...isso é tudo menos yoga. Isso é ego puro. É a antítese do que o yoga é e pretende.

Não sei... Quem sou eu para dizer isto. Mas, olho para ele e não sinto nada de bom. Para mim, quando estamos a ir no bom caminho, humildade é uma das coisas que vai crescendo em nós. E, neste senhor, não vejo nenhuma.

Pode ser defeito dos meus olhos...




terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Sun Salutation - Wonderlust Festival 2013

A prática de cada um de nós, é única, mesmo que seja igual à de todos os outros! 
 



segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Yoga é para todos

Não concordo completamente aqui com o sr Batman, quando diz que é para se ser flexível que se vai para o yoga. Mas, de facto, já ouvi este argumento muitas vezes: "eu não tenho flexibilidade nenhuma, não posso fazer yoga".

Antigamente, o que mais me diziam, era: "o yoga é muito parado, eu gosto de coisas mais mexidas". Estas eram as pessoas que julgavam que, praticar yoga, consistia em estar sentado, "sem fazer nada", a produzir sons "estranhos"....

Hoje em dia, é muito comum encontrar pessoas que pensam que o yoga é uma actividade muito acrobática e, por isso, não podem fazer, porque não têm flexibilidade nenhuma.

Flexibilidade, conquista-se com o tempo...

Mas, o mais importante, é lembrar que o yoga não é isso!

O yoga é para toda a gente, de todas as idades e condições físicas. Cada pessoa faz como pode. E, acima de tudo, o yoga não é acrobacia.

Como diz o professor Pedro Kupfer, num dos seus livros: para praticar yoga, só é preciso ter mente e um par de pulmões!

Há alguém que não tenha?!

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Olhar para o umbigo


 E que grande alívio é viver assim!

Pegando na última frase, alegrar o coração dos outros, faz bem ao nosso também. E é tão simples fazê-lo.

Às vezes, basta mostrar que nos lembramos, basta uma palavra, um abraço, uma flor "roubada" na rua.

Não precisamos ser endinheirados para enriquecermos a nossa vida e a de quem nos rodeia. E, se é tão bom, porque não o fazemos mais vezes?

Acho que é por passarmos tanto tempo focados no nosso umbiguinho... "Olhar para o umbigo entorta a coluna", costumo eu dizer, nas aulas, em certas posições, quando os alunos insistem em deixar a cabeça pendurada e as costas corcundas. "Não olhem para o umbigo, que ficam tortos".

Acho que isso se aplica na vida também!

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Fuck It


Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh! Dei o grito! É a loucura total! E na loucura, chega-se à sanidade mental :)

Estou farta de tentar compreender coisas e pessoas incompreensíveis, farta de tentar entender pessoas que, provavelmente, não se entendem a si próprias!

A vida tem os seus misteriosos desígnios, o universo tem os seus planos. Há que confiar. E relaxar. Tudo é como tem de ser. E, muitas vezes, só quando olhamos para trás, é que conseguimos perceber os "porquês".

Seja como fôr, não vale a pena tentar controlar o incontrolável. E a vida é incontrolável. Por isso, quando estamos cansados, é porque andamos a remar contra a maré. Não vale a pena. Mais vale dizer "fuck it" e entregar...

Por falar em "Fuck It", aconselho-vos a ler este livro, de John C. Parker. Divertido e inspirador. Fica aqui um pedacinho, para aguçar o apetite:

"Quando diz Que Se Lixe, você prescinde do controlo de qualquer coisa - normalmente algo que lhe provoca sofrimento.
Quando diz Que Se Lixe, você cede ao fluxo da vida - pára de fazer o que não quer fazer, faz finalmente o que sempre quis fazer, deixa de escutar as pessoas e passa a ouvir-se a si próprio.
Quando diz Que Se Lixe, executa um acto espiritual (o fundamental, na verdade) porque abdica, abandona-se, deixa de resistir e relaxa de regresso ao próprio fluxo da vida (também conhecido como Tao, Deus, etc).
Quando diz Que Se Lixe, deixa de se preocupar (na generalidade), desiste de querer (principalmente) e acaba por estar muito feliz por ser você próprio no momento presente (se tiver sorte)."

Bem, enquanto escrevia, cantarolava (porque quem canta, seus males espanta), aos gritos, aqui junto com o meu amigo Jackie hehehe






segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Ujjayí pránáyáma e bandhas

Hoje partilho um vídeo com informação útil sobre ujjayí pránáyáma e bandhas, para a vossa prática! 



quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

At the center of your being...




...e quando abrimos os olhos, está tudo novamente à nossa espera cá fora. Mas, se durante a prática, conseguimos mergulhar mesmo dentro de nós, até este lugar de silêncio que existe algures cá dentro, então, quando abrimos os olhos e terminamos a prática, a nossa vida está de novo à nossa espera, mas nós já não somos os mesmos. Pelo menos, enquanto o efeito da prática durar. Por isso, é muito importante fazê-lo com regularidade.

Lembro-me de ouvir alguém dizer: "A voz de Deus só se ouve no silêncio". Chamem-lhe Deus, Consciência, Eu Superior, Vida, Universo, Espírito, Alma, Coração, Intuição... Chamem-lhe o que quiserem, porque o nome não interessa. O que interessa, é que essa voz seja ouvida. E, de facto, só no silêncio isso é possível. Não me refiro a silêncio exterior, se bem que esse também possa ajudar, mas sim, a silêncio interior. Ultrapassar a barreira da tagarelice mental e entrar num espaço de serenidade, paz, silêncio, magia... 

Nesse lugar, cá dentro de nós, não há espaço para as nossas confusões, para o nosso caos. Pelo contrário. É um lugar de descanso, onde conseguimos repor a nossa energia e, mais importante que tudo, perceber a ordem por trás do nosso caos. É lá, que ouvimos a voz que deve ser ouvida. A voz que nos indica o caminho certo. Que nos lembra o essencial. Que nos dá as respostas para as nossas questões. Só temos de fazer as perguntas certas.

E quando abrimos os olhos... Às vezes, esquecemo-nos de tudo o que vivenciamos e ligamos, novamente, o piloto automático. 

O desafio? Para mim, o grande desafio é vivermos a nossa vida "exterior", mantendo a nossa âncora bem firme no mundo interior. Sem isso, somos como um barco à deriva, sujeito aos ventos da mente, que ora sopram de um lado, ora sopram de outro. E para barco à deriva, não há vento favorável.

Todos nós, praticantes de yoga, ou não, precisamos de momentos em que nos lembramos de quem somos. E, se ainda não sabemos quem somos (eu estou ainda à procura), pelo menos, momentos em que vamos percebendo o que não somos. 

Todos precisamos de momentos em que nos aproximamos de nós mesmos. Deveria ser natural fazê-lo, mas, infelizmente, não é. Vivemos longe de nós, sem âncora cá dentro, andamos à deriva a maior parte do tempo. E o pior, é que nem sempre sabemos disso.

Seja com uma prática de yoga, com uma meditação, com um passeio à beira mar, ou no meio do monte, encontrem momentos para estarem convosco. É essencial. Estar no meio da natureza tem o poder de nos devolver a casa. Aproveitem!

E com o yoga, é assim. Votos renovados a cada prática. Por mais que pratique, tenho vontade de praticar mais. Não me canso. Acho que isso deve querer dizer que gosto muito de estar comigo!

E hoje, a banda sonora da escrita e da prática, foi esta:





segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Mais não significa melhor

 Hoje escolhi um dos meus ásanas favoritos: Paschimottánásana. Os seus principais benefícios, são:
- massaja e descansa o coração
- tonifica e massaja os órgãos abdominais
- acalma o cérebro
- aumenta a vitalidade,
- etc.

Ao escrever sobre este ásana, lembrei-me da maneira como muitos a executam e tive o seguinte pensamento: "mais nem sempre significa melhor", em tudo na vida. Mas porque me lembrei disto ao pensar no paschimottánásana?

O ego prega-nos muitas partidas, sendo a principal delas, identificarmo-nos com o corpo, com a imagem que temos. Será por isso que os ásanas, dentro do yoga, passaram a ser uma "ginástica com cheiro a incenso", em vez de ser uma técnica que usa o corpo como veículo de transcendência para a nossa realidade mais profunda?

Bem, como professora de yoga, consigo ver a diferença na atitude das pessoas quando praticam os ásanas. Quando estão sentadas, fazendo pránáyáma, ou meditação, por exemplo, estão de olhos fechadas, muito tranquilas (às vezes, talvez só na aparência...), respiração controlada, etc. O foco de atenção está voltado para dentro, que é onde deve estar. Começam os ásanas, tudo muda. A maioria não consegue manter o mesmo nível de introspeção, a mesma atitude de "testemunha" do momento. Trocam a postura interior, pela postura exterior.

É natural que, quando os alunos têm pouca prática, fiquem mais presos aos detalhes técnicos das posições. É muita informação nova. Perceber o alinhamento correcto, tomar consciência do corpo, ao mesmo tempo que se mantém uma respiração também consciente, controlada, etc, é um grande desafio no início. Por isso, no meio de todas as dificuldades (sejam as pernas a tremer, falta de equilíbrio, etc, etc), manter a atitude de testemunha do momento, por vezes, pode ser difícil.

Praticar ásana é um processo, do denso, para o mais subtil. Primeiro, há que ganhar consciência do corpo, aprender a alinhá-lo correctamente, ganhar algum à vontade com as posições, aprendendo a executá-las correctamente. Depois, quando já não é necessária tanta atenção aos pormenores técnicos de execução, fica mais fácil perceber a respiração, mantê-la controlada e coordenada com os movimentos, torná-la na prioridade da prática. E assim, vamos andando, até que os ásanas passam a ser mais que posturas, feitas apenas com o corpo físico e passam a ser estados de consciência.

No entanto, o ego atrapalha e intromete-se muito neste processo. Dentro do yoga, os ásanas são, na minha opinião, os exercícios que mais armadilhas apresentam, no sentido de nos desviarmos da atitude correcta e onde muitos se esquecem da essência da prática de yoga.

Não se iludam com as aparências... Ser um bom praticante de ásana, não significa ser um bom praticante de yoga. Yoga não se resume a ásana. Ásana não é acrobacia. Do mesmo modo, um bom praticante de ásana não é, necessariamente, aquele que faz do corpo o que quer. Já tive, ao longo dos anos, vários alunos que tinham um fantástico trabalho corporal, mas que nunca foram bons praticantes de yoga, na minha opinião, porque nunca perceberam a essência do trabalho. Para eles, tudo se resumia a "mais é melhor". Mais acrobacia, claro. A única coisa que estava a ser trabalhada, nesses casos, era a vaidade. A prática estava a alimentar cada vez mais o ego. Infelizmemnte, não é raro ver isso acontecer.

O que faz com que os ásanas sejam mais que ginástica indiana, é a atitude interior. Essa é a essência da prática. Esquecerem-se disso, é esquecerem-se do principal. 

Esta imagem é repetida, mas achei que encaixava aqui, que nem uma luva! 

E enquanto escrevia, tinha estes amigos a cantarem para mim. As minhas vozes preferidas!

http://youtu.be/D-ePw7SqBZ8