quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

At the center of your being...




...e quando abrimos os olhos, está tudo novamente à nossa espera cá fora. Mas, se durante a prática, conseguimos mergulhar mesmo dentro de nós, até este lugar de silêncio que existe algures cá dentro, então, quando abrimos os olhos e terminamos a prática, a nossa vida está de novo à nossa espera, mas nós já não somos os mesmos. Pelo menos, enquanto o efeito da prática durar. Por isso, é muito importante fazê-lo com regularidade.

Lembro-me de ouvir alguém dizer: "A voz de Deus só se ouve no silêncio". Chamem-lhe Deus, Consciência, Eu Superior, Vida, Universo, Espírito, Alma, Coração, Intuição... Chamem-lhe o que quiserem, porque o nome não interessa. O que interessa, é que essa voz seja ouvida. E, de facto, só no silêncio isso é possível. Não me refiro a silêncio exterior, se bem que esse também possa ajudar, mas sim, a silêncio interior. Ultrapassar a barreira da tagarelice mental e entrar num espaço de serenidade, paz, silêncio, magia... 

Nesse lugar, cá dentro de nós, não há espaço para as nossas confusões, para o nosso caos. Pelo contrário. É um lugar de descanso, onde conseguimos repor a nossa energia e, mais importante que tudo, perceber a ordem por trás do nosso caos. É lá, que ouvimos a voz que deve ser ouvida. A voz que nos indica o caminho certo. Que nos lembra o essencial. Que nos dá as respostas para as nossas questões. Só temos de fazer as perguntas certas.

E quando abrimos os olhos... Às vezes, esquecemo-nos de tudo o que vivenciamos e ligamos, novamente, o piloto automático. 

O desafio? Para mim, o grande desafio é vivermos a nossa vida "exterior", mantendo a nossa âncora bem firme no mundo interior. Sem isso, somos como um barco à deriva, sujeito aos ventos da mente, que ora sopram de um lado, ora sopram de outro. E para barco à deriva, não há vento favorável.

Todos nós, praticantes de yoga, ou não, precisamos de momentos em que nos lembramos de quem somos. E, se ainda não sabemos quem somos (eu estou ainda à procura), pelo menos, momentos em que vamos percebendo o que não somos. 

Todos precisamos de momentos em que nos aproximamos de nós mesmos. Deveria ser natural fazê-lo, mas, infelizmente, não é. Vivemos longe de nós, sem âncora cá dentro, andamos à deriva a maior parte do tempo. E o pior, é que nem sempre sabemos disso.

Seja com uma prática de yoga, com uma meditação, com um passeio à beira mar, ou no meio do monte, encontrem momentos para estarem convosco. É essencial. Estar no meio da natureza tem o poder de nos devolver a casa. Aproveitem!

E com o yoga, é assim. Votos renovados a cada prática. Por mais que pratique, tenho vontade de praticar mais. Não me canso. Acho que isso deve querer dizer que gosto muito de estar comigo!

E hoje, a banda sonora da escrita e da prática, foi esta:





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