E porque a flexibilidade não pode ser só nas pernas, hoje, a minha prática durou pouco mais de 15 minutos. Desde que acordei, que a vontade de mexer não é muita. Quando esta falta de vontade vem da cabeça, com o nome de preguiça, tento combatê-la. Mas, quando é o corpo a pedir descanso, como hoje, há que respeitar.
A verdade, é que não respeitei logo à primeira. Ainda obriguei o corpo a uma corrida, juntamente com as patudas, até Matosinhos. À vinda para casa, parecia que as ruas estavam mais compridas e nunca mais chegava! No fundo, soube bem. No entanto, se o corpo já estava a pedir recolhimento antes, depois da corrida, ameaçou fazer greve. Ainda insisti. Sou cabeça dura! E lá estendi eu o meu tapete de yoga e comecei a saudar o sol, a ver se ele me valia...
Pratiquei pouco, mas foi o suficiente para ouvir a voz da consciência: "Ó minha, a flexibilidade não é só nas pernas e até a disciplina tem de ser disciplinada, tá?!". Pronto! Não insisti mais. Enrolei o meu tapetinho e vim escrever-vos.
Na busca pelo caminho do meio, tendemos a cair nos extremos. É assim em tudo. No caso da prática, ou estamos no lado da falta de disciplina e preguiça, em que nos deixamos controlar por uma grande inércia e, quanto menos fazemos, menos queremos fazer (e até arranjamos pretextos lógicos que justificam a nossa falta de vontade), ou metemos na cabeça que temos de fazer e, mesmo recebendo sinais que é para abrandar, ou parar um bocadinho, insistimos.
Persistam na vossa prática, sim! Cultivem o hábito de praticarem, até que faça parta da vossa rotina. No entanto, porque o yoga não é só quando nos sentamos no tapete, estejam atentos. A prática deve estar na nossa vida, no nosso dia-a-dia, mas sem se tornar uma coisa "automática", "robotizada", sem se tornar uma "obrigação".
A vida é energia e uma das suas características, é o movimento constante. Por isso, nenhum momento é igual a outro. Tudo está em constante mudança. Hoje as coisas correm bem, amanhã correm mal. Depois de amanhã, percebemos que quando correm "bem", é porque aconteceram de acordo com o que desejávamos, que quando correm "mal", é porque não tivemos o resultado pretendido, mas que, na realidade, nada é intrinsecamente bom ou mau e tudo depende da nossa atitude perante os acontecimentos da vida.
Vou
confessar-vos uma coisa: nunca releio os textos depois de escrever,
porque acho que iria apagá-los antes de vocês os poderem ler! É que,
quando chego ao fim, tenho sempre a sensação que comecei a falar de
alhos e acabei a falar em bugalhos! É assim que sai, é assim que vai!
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