terça-feira, 26 de novembro de 2013

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Utthita Parsvakonásana



Ásana de hoje - UTTHITA PARSVAKONÁSANA

Utthita significa "esticado", parsva significa "lado" e kona é "ângulo".

- Os pés ficam a uma distância suficiente para que o joelho da frente deve esteja na linha do calcanhar. O pé de trás, roda ligeiramente para dentro.
- No que toca à distribuição de peso na planta dos pès, no pé da frente, o peso apoia no calcanhar. No pé de trás, deve-se pressionar o lado externo do pé (lado do dedo mindinho) contra o chão.
- Para iniciantes, ou para quem tem menos flexibilidade, em vez de apoiar a palma da mão no chão, podem levar apenas a ponta dos dedos, uma vez que facilita o correcto alinhamento do tronco.
- O joelho da frente, deve ser empurrado para fora, uma vez que um dos erros mais comuns, é rodar o joelho para dentro.
- Não se deve apoiar o peso no braço de baixo. O peso está no calcanhar.
- Todo o lado de cima do corpo, deve rodar para cima e para fora, como se quisessemos virar o peito para o tecto.
- O peito, bacia e perna de trás, devem estar alinhados.
- Alongar bem o barço de cima, alongando-o desde a axila.

Para sair corretamente da posição, primeiro deve-se elevar o tronco e depois, esticar a perna.

Este ásana fortale os membros inferiores, tonifica o coração, alonga os dois lados do tronco, aumenta a capacidade pulmonar, ajuda a digestão e o funcionamento intestinal, reduz a gordura na cintura e coxas, atenua a dor ciática e artrite, etc.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Matrix

Yoga, uma viagem a outro mundo. Incrível como, estando esse "outro mundo" tão próximo de nós (está dentro!), conseguimos viver tão longe dele a maior parte do tempo. Não admira que nos sintamos cansados, sem energia, sem espaço. Vivemos desligados da "fonte".

Enquanto pratico, estou comigo. Praticar sempre me fez sentir livre. Foi uma das razões que me fez continuar a fazê-lo até hoje. Livre de todas as "prisões" que impus a mim própria. Livre das idéias que criei acerca de mim. Houve uma sensação que me acompanhou grande parte da minha vida: sentia-me presa em mim. Como se o corpo fosse pequeno demais para tudo o que está cá dentro. Sentia-me um oceano, mas quem me via por fora, só via um pequeno riacho. Sentia-me um vulcão, mas por fora, era a chama de um fósforo. Sentia-me uma guerreira por dentro. Por fora, uma menina "frágil". 

Eu era uma "prisioneira" e, ao mesmo tempo, a "guarda prisional".

O yoga foi e, continua a ser, um caminho de libertação. Quem eu sou "por dentro", foi ganhando força. Quem eu era "por fora", foi enfraquecendo. Apesar do longo caminho que ainda tenho para percorrer, há cada vez menos diferença entre a Catarina "de dentro" e a Catarina de "fora". 

Costumo dizer que o nosso corpo é a nossa casa. E, neste caso, corpo não se refere apenas à parte física. Quando pratico, a casa fica tão arrumadinha, tão limpa e arejada. É um prazer estar e viver nela. Mas, como qualquer outra casa, a arrumação não dura sempre. Quem faz trabalhos domésticos, sabe ao que me refiro! Acabamos de limpar o pó e, passados uns minutos, já há mais pó para limpar. Arrumamos a cozinha, mas lá vem a hora de cozinhar e desarrumamos tudo outra vez. Recebemos visitas e tudo o que estava organizado, deixa de estar. São tarefas que nunca estão completamente feitas. O mesmo acontece com a nossa "casa interior". 

Não reduzam o yoga a mais um compromisso nas vossas, já tão cheias, agendas. Não reduzam o yoga a uma ginástica acrobática. Pratiquem. Pratiquem de coração aberto. Pratiquem com total entrega. Vejam o que o yoga tem para vos dar. Deixem-se transformar, porque vale a pena.  

Vivam o yoga na vossa vida.

Lembrei-me do filme "Matrix". No Matrix I, o personagem principal, o Neo, tem de fazer uma escolha entre dois comprimidos: um deles, fará com que ele continue a viver como sempre, dentro da matrix, sem consciência da verdade. O outro, permite-lhe ver a Verdade. No entanto, nunca mais ele poderá esquecer essa verdade, nunca mais conseguirá viver como antes. Isto é yoga puro. 

O trabalho sobre nós próprios não acaba nunca. O caminho do auto-conhecimento, para o qual o yoga nos convida, é uma viagem só de ida. Não há como parar e voltar atrás. Uma vez que as "janelas" da nossa consciência se abram, não há como fecha-las novamente. Por isso, antes de abraçarem o yoga de verdade, pensem bem se estão dispostos a isso. Mas, se disserem "sim", então não olhem mais para trás. Envolvam-se de corpo e alma. 

E a conversa (e a escrita também!), é mesmo como as cerejas. Atrás de uma, vêm outras. Comecei a escrever, convencida que estava a ir numa direcção e, quando percebi, já estava a seguir um caminho completamente diferente. Mesmo na escrita, mais vale não fazer muitos planos!

Hoje, para além dos meus pensamentos, partilho convosco a fotografia das minhas "miúdas", que são minhas companheiras de prática. Quando eu acabei, estavam elas assim. 








quinta-feira, 14 de novembro de 2013

There are no limits II





There are no limits... A não ser os que impomos a nós próprios. Foi esta a minha aprendizagem numa das aulas que dei ontem. 

Encontrei o meu caminho no yoga e essa foi uma das razões que me levou a querer dar aulas. Uma imensa vontade de partilhar algo que eu sentia poder fazer bem a muitos. Mas acima de tudo, quis dar aulas para poder aprender mais. E os meus alunos têm-me ensinado muitas coisas ao longo destes anos. É através dos outros, que nos conhecemos. Os meus alunos, que considero meus amigos também, servem-me de espelho. 

Hoje vou falar-vos da Joaninha e do que ela me ensinou. A Joana faz aulas comigo há alguns anos. O seu sorriso é a sua marca registada. É daquelas alunas que, mesmo em esforço, não faz "cara de limão" e mantém uma expressão leve, tranquila. Só pratica comigo uma vez por semana, mas é assídua. E quando está, entrega-se à prática. Pelo menos, é o que sinto quando olho para ela durante a aula.

Yoga não tem a ver com chegar com as mãos ao chão, ou colocar o pé atrás da cabeça. No entanto, uma vez que o corpo é um dos veículos para a prática, gostamos de ver a nossa evolução. Pois a Joana, embora praticante há um tempo razoável, não conseguia chegar com as mãos ao chão, mantendo as pernas esticadas. 

A semana passada, durante a aula, disse-lhe: "Vá lá Joaninha, hoje tens de chegar com as mãos ao peito do pé!". Ela sorriu. Pelo que me disse depois, não acreditou que iria conseguir. A verdade é que, já mais lá para o final da prática, não só as mãos chegaram aos pés, como conseguiu tocar o chão! Fiquei contentíssima! Acho que ela também.

Ontem, durante a aula, disse-lhe: "Hoje vais ter de chegar ao chão outra vez!". A prática foi avançando, o corpo foi aquecendo bastante e, no final, enquanto os restantes alunos faziam as suas invertidas, pedi à Joana que ficasse em pé, para fazer o teste. E lá estava ela, novamente, com as pontas dos dedos das mãos a tocar o chão. 

Observar a Joana durante a aula de ontem, fez-me pensar que nós não temos limites. E que os que temos, somos nós que colocamos (ou deixamos que nos coloquem, até nós próprios acreditarmos neles). O que mudou nestas duas últimas semanas, para que a Joana fizesse o que não conseguiu fazer durante anos?

Claro que o corpo vai alongando, como um copo que vai enchendo gota a gota. Parece que nunca mais enche e, num determinado momento, transborda. Também conta o facto de as aulas estarem um pouco mais intensas e num formato diferente do que eram no passado, permitindo, penso eu, uma maior evolução nos exercícios, a quem pratica regularmente. Mas acredito que, o principal factor, é mental.

A Joana acreditava que não chegava com as mãos aos pés. Essa era a imagem que ela tinha do seu corpo, naquela posição. Portanto, chegando ao ponto que ela conhecia como limite, parava. No dia em que foi desafiada a chegar mais longe, apesar de não acreditar que ía conseguir, tentou ir além do seu limite. E, surpresa, não havia limite nenhum. Como disse, não só chegou aos pés, como ainda foi mais longe e conseguiu tocar o chão. 

Foi mais uma prova, desta vez através de uma aluna, que a nossa realidade nada mais é que uma projecção mental, que reflecte tudo aquilo em que acreditamos. Mudando o padrão mental, tudo muda. 

O que daqui tiro para a minha vida... Duas coisas que, para mim, são importantes: temos de ter objectivos, temos de sonhar, temos de querer "chegar a algum lado", querer "fazer alguma coisa", para podermos direccionar a nossa energia nesse sentido. E lembrar que os obstáculos, são oportunidades de aprendizagem, oportunidades para fazermos mais e melhor do que antes. 

Limites... Podemos até ter alguns... Mas como distinguir os limites "reais", dos limites "mentais"? Tentando ir mais além! 

Obrigada Joana!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

There are no limits...

Só se vencem os medos, enfrentando-os. Surgiu-me este pensamento no final da minha prática. Aproveitei o impulso, para fazer uma coisa que andava para fazer há uns dias e que não tinha ainda feito por "medo". Não é nada de especial, mas desafia-me o suficiente para que o medo intervenha e bloqueie a acção.

Todos nós temos muita teoria sobre como viver a vida. Porque não aplicamos o que sabemos? "Não importa o resultado, o que importa é tentar!", quem nunca ouviu, ou disse isto a si próprio, ou a alguém, com estas, ou com outras palavras? E é isso que fazemos? Nem sempre... 

Também vos acontece (ou será só a mim?), pensar em todos os resultados possíveis para uma acção, numa tentativa, por vezes inconsciente, de controlar o resultado, de termos uma garantia de que as coisas vão dar certo, antes mesmo de as fazermos? Resumindo, também vos acontece (ou será só a mim?), pensar demais??? E enquanto pensamos e não pensamos, o tempo passa. E nós, nada fazemos do que queremos.

Num momento, temos total certeza do que queremos, sentimos, no mais profundo do nosso Ser: "Este é o caminho!". Mas o tempo vai passando. E quanto mais distante fica esse momento de certeza, mais dúvidas vão surgindo. Damos espaço à cabeça para questionar, para corromper o que sentimos com o medo. O que antes fazia todo o sentido, com o tempo, vai parecendo "maluquice". 

Dizemos que a vida é curta, não sabemos se amanhã estaremos cá. Sentimos mesmo isso, de coração? Não. Se sentíssemos, se em vez de "fugir da morte", a tivéssemos como conselheira, a vida seria muito diferente. Racionalmente, sabemos que amanhã (ou daqui a uns minutos!) podemos não ver o dia. Mas, no fundo, no fundo, acreditamos que vamos estar cá amanhã, depois de amanhã, depois de depois de amanhã... 

Vivemos como se esta viagem nunca fosse ter um fim. E, por isso, vamos adiando o que precisamos fazer, o que queremos fazer. Ficamos "presos" na nossa "zona de conforto", que nos dá o bem estar de uma realidade já conhecida. O desconhecido assusta. De tal forma, que muitos preferem permanecer desconfortáveis na "zona de conforto", do que arriscar e fazer diferente. 

O mais engraçado é que, quando nos desafiamos a enfrentar o medo, percebemos que ele só existia na nossa cabeça. O "perigo" não era real, não havia o que temer. E quando isso acontece, sentimo-nos tão fortes! Mais uma batalha ganha. 

As principais batalhas são dentro de nós. Os maiores atos de coragem, são os que acontecem dentro de nós. Olhar de frente para os "fantasminhas" que temos guardados no nosso baú, mergulhar nos abismos da nossa mente, exige muito mais coragem do que saltar de páraquedas!



terça-feira, 12 de novembro de 2013

Virabhadrásana II - Postura do guerreiro

O ásana de hoje é uma das variações de Virabhadrásana, a posição do guerreiro. 

Benefícios:
- Melhora a capacidade respiratória
- Ajuda a alinhar discos vertebrais deslocados
- Alivia dores na região lombar
- Fortalece os membros inferiores
- etc...


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O que é o yoga para ti?

Há uns meses atrás, perguntei-vos o que era o yoga para vocês. Esta é a "definição" da Salomé:

«O tempo da prática é um tempo de encontro comigo mesma. Digo "vou ao yoga", como quem diz "vou ali encontrar-me comigo para dois dedos de conversa". 

Também digo "vou ao yoga", como quem diz que vai à oficina fazer a revisão, apertar uns parafusos e alinhar a direcção. Vou alinhar os ossos, os músculos, os ligamentos, os nervos. Acertar os níveis dos fluídos, das hormonas, dos neurotransmissores... Há quem fale em chakras, mas confesso que ainda não cheguei lá... Talvez um dia.

É claro que praticar o yoga é também explorar dimensões da minha existência que não tinham antes visto a luz da consciência e isso muda a forma como vivo os tempos fora da prática.

É assim.»

                                                                                                                                                 Salomé

Obrigada pela tua partilha, Salomé :)

 


   

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Tantas queixas...





Há uns anos atrás, uma amiga ofereceu-me de prenda de aniversário um livro chamado "Um Mundo Sem Queixas". Já não me lembro do nome do autor, mas foi um best-seller mundial, na categoria de livros de auto-ajuda, já que fez parte do Book Club da Oprah Winfrey.

O livro trazia uma pulseirinha. O objectivo era que a pulseira fosse um lembrete de todas as queixas que fazemos diariamente. A cada queixa, devíamos mudar a pulseira de braço. A meta era permanecer 21 dias seguidos, sem mudar a pulseira, ou seja, sem nos queixarmos de nada. Uma espécie de "jejum de 21 dias".

O livro começava com cartas de leitores a agradecerem ao autor e a partilharem a sua experiência. A maioria das pessoas dizia ter tido que recomeçar a experiência várias vezes, pois era extremamente difícil permanecer 21 dias sem qualquer queixa. Mas que, quando finalmente o conseguiram fazer, a vida delas mudou radicalmente. Bem, eu fiz a minha tentativa também. E, claro, não cheguei ao fim dos 21 dias, nem me apeteceu recomeçar do início até conseguir. No entanto, os dias em que andei a mudar a pulseira de um braço para o outro (foi pouco tempo, mas acho que por pouco não rebentei a pulseira, de tanto a mudar de lado!), foram os suficientes para tomar consciência de que me queixava muito, sobre muitas coisas: ou era sobre o tempo (porque se chove, quero sol, porque se está muito calor, quero fresco, etc), ou sobre a comida, ou sobre a vizinha, o cão, o gato, o piriquito.... Percebi que, desde as coisas menos importantes (de facto, a maioria delas, sem importância alguma!), até às situações mais sérias da vida, eu queixava-me muito. 

De todo o livro, retive uma frase. Não me lembro das palavras exactas, mas a idéia era esta: queixar sobre as coisas, é mais fácil que mudá-las. Mudar o que não está bem, implica responsabilizarmo-nos pela nossa vida, segurar as rédeas, aceitar as consequências das nossas acções. Obriga a definirmos, realmente, o que queremos e a sairmos da nossa zona de conforto, enfrentando todos os nossos medos. 

Queixar é mais fácil... Por vezes, queixamo-nos tanto de certas situações da nossa vida e nada fazemos para mudá-las. Ou porque acreditamos que não podemos fazer nada, ou porque "culpamos" alguém pelas circunstâncias em que estamos e esperamos que seja essa pessoa a mudar, ou porque nos sentimos umas vítimas da vida (porque dizem que a vida é madrasta?!) e vivemos os nossos dias zangados com Deus e o mundo... A lista poderia continuar. 

Há coisas que eu digo que quero. Mas depois questiono-me: "Será que queres mesmo, Catarina? Que andas tu a fazer para o conseguir? Um dia estás decidida, cheia de certezas e, no dia seguinte, já só vês obstáculos, a cabeça começa a fabricar todo o tipo de medos e de dúvidas e já nem sabes se queres mesmo o que dizias querer. No fundo, se fores honesta contigo, vais perceber que estás é com medo da mudança. Estás a arranjar pretextos para não te desafiares, para não "pulares" para o desconhecido." Esta foi a conversa que tive comigo durante a minha prática de hoje.

E como sei que não sou a única a ter que mudar a pulseira muitas vezes, decidi partilhar estes pensamentos.

Uma maior consciência, tráz uma maior responsabilidade. A liberdade dá muito trabalho. Queixar e não fazer nada para mudar, é muito mais fácil! Mas será que é o melhor?...







terça-feira, 5 de novembro de 2013

Ásana de hoje - Adhomukha Svanásana

Ásana de hoje - ADHOMUKHA SVANÁSANA

Adhomukha pode ser traduzido como "olhar para baixo" e svana é "cão". Por isso, este ásana é conhecido por alguns como a postura do cão. E eles fazem-na muitas vezes, ao espreguiçar!

- mãos à largura dos ombros. Perna direita alinhada com o braço direito, perna esquerda alinhada com o braço esquerdo.
- os pés devem estar paralelos. Deixar as pontas dos pés rodarem para fora, é um dos erros mais comuns.
- as pernas devem estar bem esticadas e os calcanhares, pressionados em direcção ao chão, mesmo que não cheguem ao chão.
- o pescoço fica completamente descontraído.
- o tronco é empurrado em direcção às pernas.
- a distribuição do peso nas mãos e nos pés, é muito importante. É muito comum ver pessoas que deixam que o peso fique do lado externo dos pés e do lado externo das mãos (junto aos mindinhos). Devem evitar que isso aconteça, para que o peso fique bem distribuído. Para tal, no que toca aos pés, devem pressionar em direcção ao chão o lado interno (lado do dedão) e, no que toca às mãos, fazer força contra o chão com a zona do polegar e do indicador. Isto faz toda a diferença no alinhamento de todo o corpo neste ásana.
- devem evitar também comprimir a coluna. Para isso, a bacia sempre encaixada, para que as costas fiquem rectas.

Este ásana acalma o cérebro, abranda o ritmo cardíaco, reduz a rigídez das omoplatas e ombros (sendo boa para quem tem artrite nos ombros), tonifica e alonga os membros inferiores (óptima para corredores, pois alonga e diminui rigídez dos calcanhares), etc.

Toca a pôr tudo isto em prática!

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Inspiração do dia

Normalmente escrevo no final das minhas práticas. Estou deitada no relaxamento e as coisas começam a fluir. Por vezes, até encurto o descanso final para aproveitar a inspiração. Sempre fiz isto. A diferença é que, agora, em vez de escrever num caderno que ninguém vê, venho directa para o computador e partilho convosco os meus pensamentos. Não ando mais inspirada que o habitual, como alguns de vocês me dizem. Ando é mais "tagarela" que o habitual :)
Hoje estava a precisar praticar mais do que tudo! Cá por dentro estava muito desarrumada. A energia estava bloqueada de tal maneira, que parecia estar cheia de nós no estômago, no peito, na garganta...já para não falar dos nós na cabeça, que são os piores e é por onde todos os outros começam :D 
Agarrei-me à prática com unhas e dentes e lembrei-me de algo que o meu primeiro professor de yoga uma vez me disse: "Já passei por momentos muito difíceis na vida e posso vir a passar por alguns ainda piores, mas enquanto tiver o yoga comigo, tudo está bem." Claro que naquela altura em não percebi o que ele queria dizer. Eu tinha começado a praticar há pouco tempo e, para mim, o yoga era uma espécie de aula de alongamentos forte, em que tudo me doía hehehe no entanto, nunca gostei de "deitar fora" as coisas que não entendo. E o que ele disse ficou guardado cá dentro no meu ficheiro de "coisas em stand by", que é tudo aquilo que não percebo, mas que tenho esperança de vir a perceber.
Felizmente para mim, já percebi o que ele queria dizer há muito tempo e eu própria digo muitas vezes a mesma coisa. Aliás, ao longo dos anos, já houve momentos em que senti que a única coisa que estava certa na minha vida, era o yoga.
O que vos digo hoje é: pratiquem a bem da vossa vida! Especialmente nos momentos em que estão mais "descentrados", mais desarrumados cá por dentro, agarrem-se ao yoga com toda a vossa força. É engraçado que, nos momentos em que estamos pior, às vezes é quando praticamos menos. Mas é quando precisamos mais!
O yoga, quando vivido, mais do que simplesmente praticado, dá-nos uma outra perspectiva sobre a vida. Só por isso, já vale a pena. E durante a prática, se estivermos atentos (se bem que o processo é tão forte, que acho que até um desatento percebe), podemos observar claramente as mudanças a acontecerem no nosso interior. É um processo de alquimia, uma magia, que transforma o denso em subtil. E a falar disto, lembrei-me da simbologia das flores de lótus, que é usada para representar o processo da meditação, mas que se pode aplicar muito bem a todo o yoga.

A flor de lótus, sagrada em muitos países do oriente, representa pureza, elevação e expansão espiritual. Ela tem as suas raízes em águas lodosas, escuras, mas vem até à superfície e desabrocha na forma de uma flor maravilhosa e pura. A nossa mente passa por um processo semelhante quando praticamos. Vamos do denso, para o subtil, da escuridão para a luz, da confusão para uma maior clareza. 

O yoga não muda directamente as situações da nossa vida. Mas muda-nos a nós, a pouco e pouco. E quando nós mudamos, nada mais fica igual :) 

Querem mudar a vossa vida? Comecem por trabalhar sobre vocês primeiro. Querem respostas, soluções para os vossos problemas? Não procurem fora. Nem sequer procurem dentro. Não procurem nada. Simplesmente, parem. Olhem para dentro. Alinhem-se. Respirem. Arrumem-se por dentro. Deitem fora o que não interessa e está a ocupar espaço. Assim, as soluções e respostas que procuramos, têm espaço para aparecer. E é de dentro que elas vêm. 

Sigam o caminho que tem mais vida. Sigam o caminho que, só de pensar, vos faz vibrar por dentro. E não deixem que a cabeça boicote, como ela sempre gosta de fazer, pondo em dúvida o que sentimos, pensando demais, racionalizando o que não é racional, deixando de acreditar. 

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Ásana de hoje - Prasárita Pádóttánásana

 O ásana de hoje chama-se Prasárita Pádóttánásana. Há diferentes variações desta posição:
 Alguns dos seus benefícios são:
- fortalecimento e alongamento a parte interna e posterior das pernas, assim como as costas
- tonificação dos órgãos abdominai
- alívio de dores nas costas
- aquietamento mental

Pode ser usado, com grandes benefícios, em casos de dores de cabeça e fadiga.