Há uns anos atrás, uma amiga
ofereceu-me de prenda de aniversário um livro chamado "Um Mundo Sem
Queixas". Já não me lembro do nome do autor, mas foi um best-seller
mundial, na categoria de livros de auto-ajuda, já que fez parte do Book Club da
Oprah Winfrey.
O livro trazia uma pulseirinha.
O objectivo era que a pulseira fosse um lembrete de todas as queixas que
fazemos diariamente. A cada queixa, devíamos mudar a pulseira de braço. A meta
era permanecer 21 dias seguidos, sem mudar a pulseira, ou seja, sem nos
queixarmos de nada. Uma espécie de "jejum de 21 dias".
O livro começava com cartas de
leitores a agradecerem ao autor e a partilharem a sua experiência. A maioria
das pessoas dizia ter tido que recomeçar a experiência várias vezes, pois era
extremamente difícil permanecer 21 dias sem qualquer queixa. Mas que, quando
finalmente o conseguiram fazer, a vida delas mudou radicalmente. Bem, eu fiz a
minha tentativa também. E, claro, não cheguei ao fim dos 21 dias, nem me
apeteceu recomeçar do início até conseguir. No entanto, os dias em que andei a
mudar a pulseira de um braço para o outro (foi pouco tempo, mas acho que por
pouco não rebentei a pulseira, de tanto a mudar de lado!), foram os suficientes
para tomar consciência de que me queixava muito, sobre muitas coisas: ou era
sobre o tempo (porque se chove, quero sol, porque se está muito calor, quero
fresco, etc), ou sobre a comida, ou sobre a vizinha, o cão, o gato, o
piriquito.... Percebi que, desde as coisas menos importantes (de facto, a
maioria delas, sem importância alguma!), até às situações mais sérias da vida,
eu queixava-me muito.
De todo o livro, retive uma
frase. Não me lembro das palavras exactas, mas a idéia era esta: queixar sobre
as coisas, é mais fácil que mudá-las. Mudar o que não está bem, implica
responsabilizarmo-nos pela nossa vida, segurar as rédeas, aceitar as
consequências das nossas acções. Obriga a definirmos, realmente, o que queremos
e a sairmos da nossa zona de conforto, enfrentando todos os nossos medos.
Queixar é mais fácil... Por
vezes, queixamo-nos tanto de certas situações da nossa vida e nada fazemos para
mudá-las. Ou porque acreditamos que não podemos fazer nada, ou porque
"culpamos" alguém pelas circunstâncias em que estamos e esperamos que
seja essa pessoa a mudar, ou porque nos sentimos umas vítimas da vida (porque
dizem que a vida é madrasta?!) e vivemos os nossos dias zangados com Deus e o
mundo... A lista poderia
continuar.
Há coisas que eu digo que quero.
Mas depois questiono-me: "Será que queres mesmo, Catarina? Que andas tu a
fazer para o conseguir? Um dia estás decidida, cheia de certezas e, no dia
seguinte, já só vês obstáculos, a cabeça começa a fabricar todo o tipo de medos
e de dúvidas e já nem sabes se queres mesmo o que dizias querer. No fundo, se
fores honesta contigo, vais perceber que estás é com medo da mudança. Estás a
arranjar pretextos para não te desafiares, para não "pulares" para o
desconhecido." Esta foi a conversa que tive comigo durante a minha prática
de hoje.
E como sei que não sou a única a
ter que mudar a pulseira muitas vezes, decidi partilhar estes pensamentos.
Uma maior consciência, tráz uma
maior responsabilidade. A liberdade dá muito trabalho. Queixar e não fazer nada
para mudar, é muito mais fácil! Mas será
que é o melhor?...
Maravilha, Catarina! O teu blog de hoje me caiu "como uma luva". Preciso desta pulseira urgente! nem que seja para descobrir que é difícil conseguir ficar sem muda-la por 21 dias! mas tentarei o mais que consiga! Obrigada por compartilhar teus pensamentos! :)
ResponderEliminarE nós atê sabemos tanta coisa na teoria.... ufa, que canseira :-)
EliminarPois é Catarina! Como diz a Claudia, "como uma luva"...
ResponderEliminarRita
Passamos a vida à procura do "tesouro", damos a volta ao Mundo por ele e finalmente descobrimos que está bem dentro de nós e espalhado à nossa volta!
ResponderEliminarAinda não tinha dito hoje que gosto muito de ti pois não???!!! Então já está, Bjinhos Amiga
Não, hoje ainda não tinhas dito hehehe
EliminarBeijinho meu bom amigo
D+!
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