quinta-feira, 14 de novembro de 2013

There are no limits II





There are no limits... A não ser os que impomos a nós próprios. Foi esta a minha aprendizagem numa das aulas que dei ontem. 

Encontrei o meu caminho no yoga e essa foi uma das razões que me levou a querer dar aulas. Uma imensa vontade de partilhar algo que eu sentia poder fazer bem a muitos. Mas acima de tudo, quis dar aulas para poder aprender mais. E os meus alunos têm-me ensinado muitas coisas ao longo destes anos. É através dos outros, que nos conhecemos. Os meus alunos, que considero meus amigos também, servem-me de espelho. 

Hoje vou falar-vos da Joaninha e do que ela me ensinou. A Joana faz aulas comigo há alguns anos. O seu sorriso é a sua marca registada. É daquelas alunas que, mesmo em esforço, não faz "cara de limão" e mantém uma expressão leve, tranquila. Só pratica comigo uma vez por semana, mas é assídua. E quando está, entrega-se à prática. Pelo menos, é o que sinto quando olho para ela durante a aula.

Yoga não tem a ver com chegar com as mãos ao chão, ou colocar o pé atrás da cabeça. No entanto, uma vez que o corpo é um dos veículos para a prática, gostamos de ver a nossa evolução. Pois a Joana, embora praticante há um tempo razoável, não conseguia chegar com as mãos ao chão, mantendo as pernas esticadas. 

A semana passada, durante a aula, disse-lhe: "Vá lá Joaninha, hoje tens de chegar com as mãos ao peito do pé!". Ela sorriu. Pelo que me disse depois, não acreditou que iria conseguir. A verdade é que, já mais lá para o final da prática, não só as mãos chegaram aos pés, como conseguiu tocar o chão! Fiquei contentíssima! Acho que ela também.

Ontem, durante a aula, disse-lhe: "Hoje vais ter de chegar ao chão outra vez!". A prática foi avançando, o corpo foi aquecendo bastante e, no final, enquanto os restantes alunos faziam as suas invertidas, pedi à Joana que ficasse em pé, para fazer o teste. E lá estava ela, novamente, com as pontas dos dedos das mãos a tocar o chão. 

Observar a Joana durante a aula de ontem, fez-me pensar que nós não temos limites. E que os que temos, somos nós que colocamos (ou deixamos que nos coloquem, até nós próprios acreditarmos neles). O que mudou nestas duas últimas semanas, para que a Joana fizesse o que não conseguiu fazer durante anos?

Claro que o corpo vai alongando, como um copo que vai enchendo gota a gota. Parece que nunca mais enche e, num determinado momento, transborda. Também conta o facto de as aulas estarem um pouco mais intensas e num formato diferente do que eram no passado, permitindo, penso eu, uma maior evolução nos exercícios, a quem pratica regularmente. Mas acredito que, o principal factor, é mental.

A Joana acreditava que não chegava com as mãos aos pés. Essa era a imagem que ela tinha do seu corpo, naquela posição. Portanto, chegando ao ponto que ela conhecia como limite, parava. No dia em que foi desafiada a chegar mais longe, apesar de não acreditar que ía conseguir, tentou ir além do seu limite. E, surpresa, não havia limite nenhum. Como disse, não só chegou aos pés, como ainda foi mais longe e conseguiu tocar o chão. 

Foi mais uma prova, desta vez através de uma aluna, que a nossa realidade nada mais é que uma projecção mental, que reflecte tudo aquilo em que acreditamos. Mudando o padrão mental, tudo muda. 

O que daqui tiro para a minha vida... Duas coisas que, para mim, são importantes: temos de ter objectivos, temos de sonhar, temos de querer "chegar a algum lado", querer "fazer alguma coisa", para podermos direccionar a nossa energia nesse sentido. E lembrar que os obstáculos, são oportunidades de aprendizagem, oportunidades para fazermos mais e melhor do que antes. 

Limites... Podemos até ter alguns... Mas como distinguir os limites "reais", dos limites "mentais"? Tentando ir mais além! 

Obrigada Joana!

Sem comentários:

Enviar um comentário