Hoje dou-vos o último ásana deste ano. Chama-se Chaturanga Dandásana e é uma das posturas que mais fazemos, uma vez que faz parte da saudação ao sol.
Efeitos:
- fortalecimento dos braços e pulsos
- promove uma boa tonificação dos ógãos abdominais.
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
Parsvottánásana
Hoje, apresento-vos Parsvottánásana. Parsva significa "lado" e uttána significa "alongamento intenso". Mas, para além do alongamento intenso, este ásana tem outros benefícios:
- acalma a mente
- fortalece os órgãos abdominais
- melhora a digestão
- reduz as dores menstruais
- etc.
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
Óptima idéia
Adorei este vídeo. Gostava de ver as montras da nossa cidade fazerem isto! Somos tão sortudos, tão "perfeitinhos" com todas as nossas "imperfeições" que nos tornam únicos... Mas sempre a vermos defeitos: ou é a barriga, ou é o cabelo, ou as rugas, a celulite... Que escravatura!
http://youtu.be/E8umFV69fNg
http://youtu.be/E8umFV69fNg
Alhos e bugalhos
E porque a flexibilidade não pode ser só nas pernas, hoje, a minha prática durou pouco mais de 15 minutos. Desde que acordei, que a vontade de mexer não é muita. Quando esta falta de vontade vem da cabeça, com o nome de preguiça, tento combatê-la. Mas, quando é o corpo a pedir descanso, como hoje, há que respeitar.
A verdade, é que não respeitei logo à primeira. Ainda obriguei o corpo a uma corrida, juntamente com as patudas, até Matosinhos. À vinda para casa, parecia que as ruas estavam mais compridas e nunca mais chegava! No fundo, soube bem. No entanto, se o corpo já estava a pedir recolhimento antes, depois da corrida, ameaçou fazer greve. Ainda insisti. Sou cabeça dura! E lá estendi eu o meu tapete de yoga e comecei a saudar o sol, a ver se ele me valia...
Pratiquei pouco, mas foi o suficiente para ouvir a voz da consciência: "Ó minha, a flexibilidade não é só nas pernas e até a disciplina tem de ser disciplinada, tá?!". Pronto! Não insisti mais. Enrolei o meu tapetinho e vim escrever-vos.
Na busca pelo caminho do meio, tendemos a cair nos extremos. É assim em tudo. No caso da prática, ou estamos no lado da falta de disciplina e preguiça, em que nos deixamos controlar por uma grande inércia e, quanto menos fazemos, menos queremos fazer (e até arranjamos pretextos lógicos que justificam a nossa falta de vontade), ou metemos na cabeça que temos de fazer e, mesmo recebendo sinais que é para abrandar, ou parar um bocadinho, insistimos.
Persistam na vossa prática, sim! Cultivem o hábito de praticarem, até que faça parta da vossa rotina. No entanto, porque o yoga não é só quando nos sentamos no tapete, estejam atentos. A prática deve estar na nossa vida, no nosso dia-a-dia, mas sem se tornar uma coisa "automática", "robotizada", sem se tornar uma "obrigação".
A vida é energia e uma das suas características, é o movimento constante. Por isso, nenhum momento é igual a outro. Tudo está em constante mudança. Hoje as coisas correm bem, amanhã correm mal. Depois de amanhã, percebemos que quando correm "bem", é porque aconteceram de acordo com o que desejávamos, que quando correm "mal", é porque não tivemos o resultado pretendido, mas que, na realidade, nada é intrinsecamente bom ou mau e tudo depende da nossa atitude perante os acontecimentos da vida.
Vou
confessar-vos uma coisa: nunca releio os textos depois de escrever,
porque acho que iria apagá-los antes de vocês os poderem ler! É que,
quando chego ao fim, tenho sempre a sensação que comecei a falar de
alhos e acabei a falar em bugalhos! É assim que sai, é assim que vai!
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
Sejam felizes!
Há pouco, coloquei esta fotografia na minha página do facebook, com o
seguinte comentário: «Mentalização para o dia: "Hoje, decido que vou
ser feliz!"».
Enquanto tomava um duche quentinho e
prolongado, fiquei a pensar no que escrevi. E, realmente, hoje, decidi
ser feliz. Hoje, ao contrário do habitual, pude acordar sem ser ao som
do despertador, passear as patudas calmamente, tomar um grande
pequeno-almoço, bem relaxada, enquanto lia umas páginas de um livro...
Enfim, hoje, consegui uma proeza: não ter horas para nada! É incrível
como, até para fazer o que gostamos, ou mesmo nos nossos tempos livres,
temos sempre horas marcadas. Nem que seja para ir fazer a aula de yoga,
ou para um jantar de amigos, um cinema... Para tudo, estamos dependentes
de horários. Pois, só por hoje, não tenho horas para nada!
Visto
ter decidido ser feliz, hoje, não quero saber de nada, nem de ninguém,
que possa perturbar o meu bem-estar. Há tantos dias para resolver
problemas e para pensar neles (temos tendência a pensar mais neles, às
vezes, do que a resolvê-.los), há tantos momentos em que, mesmo contra a
nossa vontade, temos que suportar pessoas negativas à nossa volta...
Hoje, pelo menos hoje, só vou pensar em coisas boas, só vou fazer coisas
que me nutrem a alma, só quero falar com pessoas que tenham algo de bom
e positivo para me dizer.
Hoje, pelo menos hoje,
vou tirar férias de mim própria e da minha vida "habitual". Vou sair da
rotina. Vou rever a minha lista de "prazeres simples e aparentemente
inúteis" (como, sentar-me com uma mantinha a ver televisão, enquanto
vejo o tempo cinzento lá fora; usar pantufas o dia todo; aquecer as mãos
em chávenas de cevadinha quente, na qual mergulho biscoitos de
chocolate; ouvir os suspiros de consolo das minhas patudas e dormir uma
soneca agarrada a elas, etc, etc, etc) e aproveitá-los ao máximo.
Vistas
bem as coisas, não é assim tão difícil ser feliz. Basta fazermos essa
opção. Se esperamos que a nossa vida seja uma mar de rosas, para
podermos ser felizes, nunca vamos sê-lo. Se ainda acreditamos que a
nossa felicidade está dependente do exterior e que só quando tivermos
conseguido fazer, ou ter, isto e aquilo, é que vamos ser felizes, então a
felicidade nunca vai ser mais que a linha do horizonte: inalcancável.
Se cometermos o erro de colocar às costas de alguém, o peso da nossa
felicidade, vamos ser infelizes e, provavelmente, sózinhos.
A felicidade está em nós. Não no que temos, mas sim, no proveito que tiramos do que temos. Não no que fazemos, mas sim, na atitude com que fazemos.
Sejam felizes, sim?
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
Insatisfação crónica
Hoje acordei apaixonada pelo céu. Enquanto disparava fotos, umas atrás das outras, pensava que, chamemos-lhe Deus, Mãe Natureza, ou outro nome qualquer, mas quem criou este mundo, tinha muito bom gosto! Que mistura de cores maravilhosa!
Por vezes, andamos tão embrenhados nas nossas vidas do quotidiano, que nos esquecemos de olhar para o céu. Passamos, dias a fio, pelas mesmas ruas, sem nunca reparar nas árvores, nas flores, até mesmo nas casas. De olhos pregados no chão, vamos levando a vida. Sim, de olhos pregados no chão é como vejo a maioria das pessoas que passam por mim, todos os dias.
É da crise, dizem alguns. "A crise" já virou um mantra, repetido incessantemente. A crise serve de pretexto para todas as más disposições. A maior crise, na minha opinião, é interior... Se assim não fosse, só os pouco endinheirados (não usei a palavra "pobres" propositadamente, pois, por vezes, os endinheirados são os mais pobres...) andavam de cara fechada. Mas não é isso que acontece.
Hoje, durante a minha corrida matinal com as patudas, passei pela frente da Universidade Católica. Parece um desfile de carros topo de gama. No meu tempo (já pareço a minha avó a falar!), entrar na faculdade era a minha "obrigação", não fazia mais que o meu dever. Hoje em dia, por entrarem na faculdade, há muitos que ganham carros. E não é um carrinho em segunda mão, para ganharem experiência na condução e poderem riscar a pintura à vontade. Não senhor! É logo um carrão, do melhor que há! Claro que isto talvez não aconteça à maioria e também não tem mal nenhum. Cada um dá o que quer e o que pode. A questão é que, apesar de termos tanto hoje em dia, vivemos insatisfeitos!
Não apreciarmos as coisas simples da vida, não percebermos as coisas que são realmente essenciais, acharmos que nunca temos o suficiente e vivermos numa constante insatisfação, é a principal "crise" das nossas vidas. Baseamos a nossa existência no "ter" e não no "ser".
Mesmo com carros topo de gama, iphones, ipads, ipods e todos os i´s que ainda hão-de inventar, a maioria continua de olhos pregados no chão, caras fechadas, passam pelas pessoas e viram a cara para o lado, incapazes de esboçar um simples sorriso. E os sorrisos ainda são grátis!
Ontem estive com uma antiga aluna, que chegou em julho, depois de seis meses de voluntariado em Moçambique. Só ouvir as histórias desses lugares, tão distantes geográfica e culturalmente, já é enriquecedor. Senti um pouco isso, também, quando visitei a Índia. Se formos a esses lugares, sem deixarmos para trás a nossa noção do que é viver bem ou mal, do que é certo ou errado, então, provavelmente , não vamos gostar. Vamos ficar chocados com a falta de higiene e as pobres condições de vida (segundo os nossos critértios, é claro), chocados com a pobreza, etc. No entanto, se tivermos a capacidade de ir de cabeça aberta, sem julgamento, para tentarmos ver a vida através dos olhos de uma outra cultura, é extremamente gratificante e uma grande lição de vida.
Uma das coisas que essa antiga aluna me disse, foi que o olhar das pessoas, por vezes, é até difícil de aguentar, de tão honesto que é. "Eu nunca tinha visto gente sem capa", dizia ela. "Nós vivemos tão escondidos, protegemo-nos tanto. Eles têm um olhar directo, profundo, transparente". Percebo perfeitamente. São olhares que vêm da alma. Eles têm tão pouco, que a sua existência não se baseia no "ter". Já para não falar do facto de estarem e viverem, ainda, muito mais ligados à natureza, do que nós.
"Se não podes viver como queres, vive como podes". É bem verdade. Tentemos tirar o melhor proveito do que temos, que não é assim tão pouco. Apreciemos mais o nascer-do-sol, o mar, o sorriso que conseguimos dar a uma pessoa que passa triste por nós na rua, a companhia dos amigos e todas as outras coisas, simples, mas tão importantes, que temos na nossa vida. Não sejamos ingratos para com a vida.
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
O poder das palavras
Quando escrevi o texto onde falava do meu medo inicial de fazer a invertida sobre a cabeça, lembrei-me de outra coisa, extremamente importante, à qual devíamos prestar mais atenção: o poder das palavras.
Uma das coisas que acontecia comigo, quando eu me preparava para mais uma tentativa na invertida, era dizer: "Mas eu não consigo!". E a cada tentativa falhada (e tive muitas), essa idéia era reforçada. Vejo isso acontecer constantemente nas aulas. Nas invertidas, ou em outros exercícios, "não consigo" é algo que os alunos dizem muito.
As palavras são a linguagem da mente, reflectem os nossos pensamentos. Mostram aquilo em que acreditamos. Ao contrário do que parece, o mundo exterior não é algo objectivo e concreto. Vemos a realidade através da nossa mente. Logo, aquilo a que chamamos "realidade" nada mais é do que a nossa interpretação das coisas. É a nossa realidade, baseada nas nossas crenças, nos nossos pensamentos mais profundos.
Criamos a nossa realidade com os nossos pensamentos. E a realidade por nós criada, vai reforçar ainda mais os nossos pensamentos. Por exemplo, se antes de fazer a invertida, eu dizia "eu não consigo" (e era nisso que eu acreditava), essa era a realidade que eu estava a criar para mim naquele momento. Essa era a mensagem que eu estava a mandar ao meu corpo. Eu estava a programar-me para não conseguir. O resultado só podia ser um: não conseguir mesmo. E, assim, a minha crença de que eu não era capaz, ganhava força.
Infelizmente, não é só na prática de yoga que dizemos isto. Aliás,
"não consigo", não é a única expressão limitadora que usamos. Estamos constantemente a fazer afirmações que são contrárias aos nosso objectivos. Focamos a atenção no que queremos evitar, em vez de nos concentrarmos no que queremos. E nem temos consciência disso! Depois, as coisas acontecem e nós dizemos: "vês, como eu tinha razão? Eu disse que eu não conseguia". Fazemos isso connosco e com os outros.
Há tempos, assisti a uma cena que reflecte bem o que quero dizer. Aconteceu no parque da cidade, enquanto eu descansava com as minhas patudas num banquinho de jardim. Estava um miúdo com a avó. Ela, sentada a ler. O miúdo, andava aos pinotes, na brincadeira, como é próprio de um rapazinho da idade dele. Estava tudo a correr muito bem, até ao momento em que o miúdo começou a tentar saltar em altura, para cima de um pequeno muro. Ele estava a sair-se bem. Mas quando a avó viu, logo gritou: "está quieto, olha que vais cair!". Bem, meu dito, meu feito. Quando a avó disse aquilo, pimba, o puto não saltou alto o suficiente para subir o muro e acabou por cair ao chão. Felizmente, o muro era pequenito e a queda só serviu para sujar as calças. Mas vejam só o poder das mentalizações! Compreendo a preocupação com o neto. Mas bastava ter dito ao pequenote para ter cuidado. Não era preciso incutir-lhe medo e dizer, cheia de força: "vais cair"!
Já alguém foi a um nutricionista, para fazer uma dieta? Por vezes, pedem aos seus pacientes que escrevam tudo o que comem durante o dia, durante alguns dias, para tomarem consciência que, mesmo quando dizem comer pouco, a maior parte das vezes, comem mais do que o que pensam. Proponho o mesmo exercício, não em relação ao que comem, mas em relação ao que dizem. Sempre que usarem uma expressão do género: "não consigo", "não posso", "não vale a pena", etc, ou quando estiverem a pensar numa situação de forma negativa, escrevam. Talvez fiquem admirados, com o número de vezes que fazem mentalizações negativas na vossa vida.
Atenção às palavras! Elas têm força, muita força. Façam bom uso delas. Não as usem para fortalecer o que não querem, não as usem para fazer mentalizações negativas, não as usem para fofocar sobre a vida alheia, para falar mal dos outros, para se queixarem de coisas que só depende de vocês mudar... Enfim, usem a palavra de forma consciente. E, se não têm nada de bom para dizer, então, lembrem-se: "o silêncio é de ouro".
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Virabhadrásana I - Postura do Guerreiro I
Hoje é a vez de Virabhadrásana I, uma das variações deste ásana, conhecido como a Postura do Guerreiro.
Alguns dos seus benefícios, são:
- fortalecimento dos membros inferiores
- fortalecimento dos músculos das costas
- alivio de lombalgias e ciática
- ajuda a digestão
- alivia dores menstruais
- etc.
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
Atira-te!
Hoje, a minha prática começou de cabeça para baixo, com Sírsásana, a invertida sobre a cabeça. É um dos ásanas que mais gosto de fazer. E lá estava eu, completamente relaxada, de olhos fechados, sem esforço, quando me lembrei que esta posição foi uma das que mais me custou conquistar. Demorei, seguramente, dois anos, até conseguir fazer sírsásana.
Digo muitas vezes, nas minhas aulas, que o que mais nos custa fazer, é o que mais precisamos. Se fugimos das nossas "fraquezas", elas nunca se vão transformar em "forças". Se fugimos das dificuldades, nunca vamos ser "aquele que as superou" e vamos perder todas as lições que cada obstáculo tráz consigo. Mas, nos meus primeiros tempos de yoga, enquanto era apenas aluna, eu só queria fazer as coisas que eram fáceis para mim. Fugia da invertida sobre a cabeça a sete pés, porque não conseguia fazê-la. Convenci-me que não gostava, quando, a verdade, era que não gostava, porque não conseguia. Fazia o que vejo muitos dos meus alunos fazerem hoje em dia!
Bem, mas o meu professor não se compadecia com os meus pretextos e obrigava-me a, pelo menos, tentar. No entanto, eu não conseguia subir, por mais que tentasse! Que frustração... Ou melhor, que medo...
O medo de cair era a única coisa que me impedia de conseguir. Eu não tinha nenhum problema físico que me impedisse. Mas o medo de cair, era mais que muito. E, como na invertida sobre a cabeça, o ponto de equilíbrio é muito próximo do ponto da queda, eu não subia. E assim foi, durante dois anos.
Um dia, durante as minhas tentativas frustradas (e frustrantes!), o meu professor gritou: "Força Cácá (era como ele me chamava), atira-te, não tenhas medo de ser feliz!". Se calhar, nem ele sabe exactamente porque lhe saíram aquelas palavras. Mas, pelos vistos, eram as palavras mágicas que me faltava ouvir. Nesse mesmo momento, "enfureci-me" comigo própria e "atirei-me" mesmo para a invertida. Claro, com a força que fui, obviamente caí. E ao cair, perdi o medo. Consequência: comecei a fazer a invertida.
A outra consequência, foi ter ficado a pensar naquelas palavras durante algum tempo. Identifiquei várias situações da minha vida, em que não "me atirava", pelo medo de cair. A mesma "fúria" surgiu em mim e, também na vida, atirei-me. Já não importava cair. Eu queria era perder o medo.
Durante os meus primeiros três anos e meio de yoga, as aulas que eu fazia resumiam-se a ásana. Eram aulas muito físicas, extremamente exigentes. Às vezes, havia hora para começar, mas não havia para acabar. Enquanto o meu professor tivesse tempo e eu me aguentasse em pé, não parávamos. Foi nesse período que construí os meus alicerces. No entanto, eu percebi que o trabalho era muito mais que físico. Aparentemente, só trabalhava o corpo. Mas a minha realidade interior foi mudando também. E de que maneira! Sem que eu percebesse como tinha acontecido, tinha descoberto uma outra pessoa em mim.
Corpo-mente. Uma aparente dualidade. Podemos falar do corpo e da mente,
separadamente. Mas, na prática, estão intimamente ligados, andam de mãos
dadas e é impossível trabalhar sobre um, sem afectar o outro.
Aparentemente diferentes, mas são os dois extremos da mesma realidade. Não há nada que façamos com o nosso corpo, que não afecte todas as outras dimensões do nosso Ser. Podemos é não ter consciência disso.
No yoga, trabalhamos todo o nosso Ser. Quando fazemos ásana, usamos o corpo como "porta de entrada" para o nosso mundo interior. Se esquecermos isso, estamos a esquecer o principal. Se temos como objectivo a conquista das posições, pela forma, estamos a engrandecer o ego e a falhar, por completo, o alvo da prática.
terça-feira, 26 de novembro de 2013
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
Utthita Parsvakonásana
Ásana de hoje - UTTHITA PARSVAKONÁSANA
Utthita significa "esticado", parsva significa "lado" e kona é "ângulo".
- Os pés ficam a uma distância suficiente para que o joelho da frente deve esteja na linha do calcanhar. O pé de trás, roda ligeiramente para dentro.
- No que toca à distribuição de peso na planta dos pès, no pé da frente, o peso apoia no calcanhar. No pé de trás, deve-se pressionar o lado externo do pé (lado do dedo mindinho) contra o chão.
- Para iniciantes, ou para quem tem menos flexibilidade, em vez de apoiar a palma da mão no chão, podem levar apenas a ponta dos dedos, uma vez que facilita o correcto alinhamento do tronco.
- O joelho da frente, deve ser empurrado para fora, uma vez que um dos erros mais comuns, é rodar o joelho para dentro.
- Não se deve apoiar o peso no braço de baixo. O peso está no calcanhar.
- Todo o lado de cima do corpo, deve rodar para cima e para fora, como se quisessemos virar o peito para o tecto.
- O peito, bacia e perna de trás, devem estar alinhados.
- Alongar bem o barço de cima, alongando-o desde a axila.
Para sair corretamente da posição, primeiro deve-se elevar o tronco e depois, esticar a perna.
Este ásana fortale os membros inferiores, tonifica o coração, alonga os dois lados do tronco, aumenta a capacidade pulmonar, ajuda a digestão e o funcionamento intestinal, reduz a gordura na cintura e coxas, atenua a dor ciática e artrite, etc.
Utthita significa "esticado", parsva significa "lado" e kona é "ângulo".
- Os pés ficam a uma distância suficiente para que o joelho da frente deve esteja na linha do calcanhar. O pé de trás, roda ligeiramente para dentro.
- No que toca à distribuição de peso na planta dos pès, no pé da frente, o peso apoia no calcanhar. No pé de trás, deve-se pressionar o lado externo do pé (lado do dedo mindinho) contra o chão.
- Para iniciantes, ou para quem tem menos flexibilidade, em vez de apoiar a palma da mão no chão, podem levar apenas a ponta dos dedos, uma vez que facilita o correcto alinhamento do tronco.
- O joelho da frente, deve ser empurrado para fora, uma vez que um dos erros mais comuns, é rodar o joelho para dentro.
- Não se deve apoiar o peso no braço de baixo. O peso está no calcanhar.
- Todo o lado de cima do corpo, deve rodar para cima e para fora, como se quisessemos virar o peito para o tecto.
- O peito, bacia e perna de trás, devem estar alinhados.
- Alongar bem o barço de cima, alongando-o desde a axila.
Para sair corretamente da posição, primeiro deve-se elevar o tronco e depois, esticar a perna.
Este ásana fortale os membros inferiores, tonifica o coração, alonga os dois lados do tronco, aumenta a capacidade pulmonar, ajuda a digestão e o funcionamento intestinal, reduz a gordura na cintura e coxas, atenua a dor ciática e artrite, etc.
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
Matrix
Yoga, uma viagem a outro mundo. Incrível como, estando esse "outro mundo" tão próximo de nós (está dentro!), conseguimos viver tão longe dele a maior parte do tempo. Não admira que nos sintamos cansados, sem energia, sem espaço. Vivemos desligados da "fonte".
Enquanto pratico, estou comigo. Praticar sempre me fez sentir livre. Foi uma das razões que me fez continuar a fazê-lo até hoje. Livre de todas as "prisões" que impus a mim própria. Livre das idéias que criei acerca de mim. Houve uma sensação que me acompanhou grande parte da minha vida: sentia-me presa em mim. Como se o corpo fosse pequeno demais para tudo o que está cá dentro. Sentia-me um oceano, mas quem me via por fora, só via um pequeno riacho. Sentia-me um vulcão, mas por fora, era a chama de um fósforo. Sentia-me uma guerreira por dentro. Por fora, uma menina "frágil".
Eu era uma "prisioneira" e, ao mesmo tempo, a "guarda prisional".
O yoga foi e, continua a ser, um caminho de libertação. Quem eu sou "por dentro", foi ganhando força. Quem eu era "por fora", foi enfraquecendo. Apesar do longo caminho que ainda tenho para percorrer, há cada vez menos diferença entre a Catarina "de dentro" e a Catarina de "fora".
Costumo dizer que o nosso corpo é a nossa casa. E, neste caso, corpo não se refere apenas à parte física. Quando pratico, a casa fica tão arrumadinha, tão limpa e arejada. É um prazer estar e viver nela. Mas, como qualquer outra casa, a arrumação não dura sempre. Quem faz trabalhos domésticos, sabe ao que me refiro! Acabamos de limpar o pó e, passados uns minutos, já há mais pó para limpar. Arrumamos a cozinha, mas lá vem a hora de cozinhar e desarrumamos tudo outra vez. Recebemos visitas e tudo o que estava organizado, deixa de estar. São tarefas que nunca estão completamente feitas. O mesmo acontece com a nossa "casa interior".
Não reduzam o yoga a mais um compromisso nas vossas, já tão cheias, agendas. Não reduzam o yoga a uma ginástica acrobática. Pratiquem. Pratiquem de coração aberto. Pratiquem com total entrega. Vejam o que o yoga tem para vos dar. Deixem-se transformar, porque vale a pena.
Vivam o yoga na vossa vida.
Lembrei-me do filme "Matrix". No Matrix I, o personagem principal, o Neo, tem de fazer uma escolha entre dois comprimidos: um deles, fará com que ele continue a viver como sempre, dentro da matrix, sem consciência da verdade. O outro, permite-lhe ver a Verdade. No entanto, nunca mais ele poderá esquecer essa verdade, nunca mais conseguirá viver como antes. Isto é yoga puro.
O trabalho sobre nós próprios não acaba nunca. O caminho do auto-conhecimento, para o qual o yoga nos convida, é uma viagem só de ida. Não há como parar e voltar atrás. Uma vez que as "janelas" da nossa consciência se abram, não há como fecha-las novamente. Por isso, antes de abraçarem o yoga de verdade, pensem bem se estão dispostos a isso. Mas, se disserem "sim", então não olhem mais para trás. Envolvam-se de corpo e alma.
E a conversa (e a escrita também!), é mesmo como as cerejas. Atrás de uma, vêm outras. Comecei a escrever, convencida que estava a ir numa direcção e, quando percebi, já estava a seguir um caminho completamente diferente. Mesmo na escrita, mais vale não fazer muitos planos!
Hoje, para além dos meus pensamentos, partilho convosco a fotografia das minhas "miúdas", que são minhas companheiras de prática. Quando eu acabei, estavam elas assim.
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
There are no limits II
There are no limits... A não ser os que impomos a nós próprios. Foi esta a minha aprendizagem numa das aulas que dei ontem.
Encontrei o meu caminho no yoga e essa foi uma das razões que me levou a querer dar aulas. Uma imensa vontade de partilhar algo que eu sentia poder fazer bem a muitos. Mas acima de tudo, quis dar aulas para poder aprender mais. E os meus alunos têm-me ensinado muitas coisas ao longo destes anos. É através dos outros, que nos conhecemos. Os meus alunos, que considero meus amigos também, servem-me de espelho.
Hoje vou falar-vos da Joaninha e do que ela me ensinou. A Joana faz aulas comigo há alguns anos. O seu sorriso é a sua marca registada. É daquelas alunas que, mesmo em esforço, não faz "cara de limão" e mantém uma expressão leve, tranquila. Só pratica comigo uma vez por semana, mas é assídua. E quando está, entrega-se à prática. Pelo menos, é o que sinto quando olho para ela durante a aula.
Yoga não tem a ver com chegar com as mãos ao chão, ou colocar o pé atrás da cabeça. No entanto, uma vez que o corpo é um dos veículos para a prática, gostamos de ver a nossa evolução. Pois a Joana, embora praticante há um tempo razoável, não conseguia chegar com as mãos ao chão, mantendo as pernas esticadas.
A semana passada, durante a aula, disse-lhe: "Vá lá Joaninha, hoje tens de chegar com as mãos ao peito do pé!". Ela sorriu. Pelo que me disse depois, não acreditou que iria conseguir. A verdade é que, já mais lá para o final da prática, não só as mãos chegaram aos pés, como conseguiu tocar o chão! Fiquei contentíssima! Acho que ela também.
Ontem, durante a aula, disse-lhe: "Hoje vais ter de chegar ao chão outra vez!". A prática foi avançando, o corpo foi aquecendo bastante e, no final, enquanto os restantes alunos faziam as suas invertidas, pedi à Joana que ficasse em pé, para fazer o teste. E lá estava ela, novamente, com as pontas dos dedos das mãos a tocar o chão.
Observar a Joana durante a aula de ontem, fez-me pensar que nós não temos limites. E que os que temos, somos nós que colocamos (ou deixamos que nos coloquem, até nós próprios acreditarmos neles). O que mudou nestas duas últimas semanas, para que a Joana fizesse o que não conseguiu fazer durante anos?
Claro que o corpo vai alongando, como um copo que vai enchendo gota a gota. Parece que nunca mais enche e, num determinado momento, transborda. Também conta o facto de as aulas estarem um pouco mais intensas e num formato diferente do que eram no passado, permitindo, penso eu, uma maior evolução nos exercícios, a quem pratica regularmente. Mas acredito que, o principal factor, é mental.
A Joana acreditava que não chegava com as mãos aos pés. Essa era a imagem que ela tinha do seu corpo, naquela posição. Portanto, chegando ao ponto que ela conhecia como limite, parava. No dia em que foi desafiada a chegar mais longe, apesar de não acreditar que ía conseguir, tentou ir além do seu limite. E, surpresa, não havia limite nenhum. Como disse, não só chegou aos pés, como ainda foi mais longe e conseguiu tocar o chão.
Foi mais uma prova, desta vez através de uma aluna, que a nossa realidade nada mais é que uma projecção mental, que reflecte tudo aquilo em que acreditamos. Mudando o padrão mental, tudo muda.
O que daqui tiro para a minha vida... Duas coisas que, para mim, são importantes: temos de ter objectivos, temos de sonhar, temos de querer "chegar a algum lado", querer "fazer alguma coisa", para podermos direccionar a nossa energia nesse sentido. E lembrar que os obstáculos, são oportunidades de aprendizagem, oportunidades para fazermos mais e melhor do que antes.
Limites... Podemos até ter alguns... Mas como distinguir os limites "reais", dos limites "mentais"? Tentando ir mais além!
Obrigada Joana!
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
There are no limits...
Só se vencem os medos, enfrentando-os. Surgiu-me este pensamento no final da minha prática. Aproveitei o impulso, para fazer uma coisa que andava para fazer há uns dias e que não tinha ainda feito por "medo". Não é nada de especial, mas desafia-me o suficiente para que o medo intervenha e bloqueie a acção.
Todos nós temos muita teoria sobre como viver a vida. Porque não aplicamos o que sabemos? "Não importa o resultado, o que importa é tentar!", quem nunca ouviu, ou disse isto a si próprio, ou a alguém, com estas, ou com outras palavras? E é isso que fazemos? Nem sempre...
Também vos acontece (ou será só a mim?), pensar em todos os resultados possíveis para uma acção, numa tentativa, por vezes inconsciente, de controlar o resultado, de termos uma garantia de que as coisas vão dar certo, antes mesmo de as fazermos? Resumindo, também vos acontece (ou será só a mim?), pensar demais??? E enquanto pensamos e não pensamos, o tempo passa. E nós, nada fazemos do que queremos.
Num momento, temos total certeza do que queremos, sentimos, no mais profundo do nosso Ser: "Este é o caminho!". Mas o tempo vai passando. E quanto mais distante fica esse momento de certeza, mais dúvidas vão surgindo. Damos espaço à cabeça para questionar, para corromper o que sentimos com o medo. O que antes fazia todo o sentido, com o tempo, vai parecendo "maluquice".
Dizemos que a vida é curta, não sabemos se amanhã estaremos cá. Sentimos mesmo isso, de coração? Não. Se sentíssemos, se em vez de "fugir da morte", a tivéssemos como conselheira, a vida seria muito diferente. Racionalmente, sabemos que amanhã (ou daqui a uns minutos!) podemos não ver o dia. Mas, no fundo, no fundo, acreditamos que vamos estar cá amanhã, depois de amanhã, depois de depois de amanhã...
Vivemos como se esta viagem nunca fosse ter um fim. E, por isso, vamos adiando o que precisamos fazer, o que queremos fazer. Ficamos "presos" na nossa "zona de conforto", que nos dá o bem estar de uma realidade já conhecida. O desconhecido assusta. De tal forma, que muitos preferem permanecer desconfortáveis na "zona de conforto", do que arriscar e fazer diferente.
O mais engraçado é que, quando nos desafiamos a enfrentar o medo, percebemos que ele só existia na nossa cabeça. O "perigo" não era real, não havia o que temer. E quando isso acontece, sentimo-nos tão fortes! Mais uma batalha ganha.
As principais batalhas são dentro de nós. Os maiores atos de coragem, são os que acontecem dentro de nós. Olhar de frente para os "fantasminhas" que temos guardados no nosso baú, mergulhar nos abismos da nossa mente, exige muito mais coragem do que saltar de páraquedas!
terça-feira, 12 de novembro de 2013
Virabhadrásana II - Postura do guerreiro
O ásana de hoje é uma das variações de Virabhadrásana, a posição do guerreiro.
Benefícios:
- Ajuda a alinhar discos vertebrais deslocados
- Alivia dores na região lombar
- Fortalece os membros inferiores
- etc...
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
O que é o yoga para ti?
Há uns meses atrás, perguntei-vos o que era o yoga para vocês. Esta é a "definição" da Salomé:
«O tempo da prática é um tempo de encontro comigo mesma. Digo "vou ao yoga", como quem diz "vou ali encontrar-me comigo para dois dedos de conversa".
Também digo "vou ao yoga", como quem diz que vai à oficina fazer a revisão, apertar uns parafusos e alinhar a direcção. Vou alinhar os ossos, os músculos, os ligamentos, os nervos. Acertar os níveis dos fluídos, das hormonas, dos neurotransmissores... Há quem fale em chakras, mas confesso que ainda não cheguei lá... Talvez um dia.
É claro que praticar o yoga é também explorar dimensões da minha existência que não tinham antes visto a luz da consciência e isso muda a forma como vivo os tempos fora da prática.
É assim.»
Salomé
Obrigada pela tua partilha, Salomé :)
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Tantas queixas...
Há uns anos atrás, uma amiga
ofereceu-me de prenda de aniversário um livro chamado "Um Mundo Sem
Queixas". Já não me lembro do nome do autor, mas foi um best-seller
mundial, na categoria de livros de auto-ajuda, já que fez parte do Book Club da
Oprah Winfrey.
O livro trazia uma pulseirinha.
O objectivo era que a pulseira fosse um lembrete de todas as queixas que
fazemos diariamente. A cada queixa, devíamos mudar a pulseira de braço. A meta
era permanecer 21 dias seguidos, sem mudar a pulseira, ou seja, sem nos
queixarmos de nada. Uma espécie de "jejum de 21 dias".
O livro começava com cartas de
leitores a agradecerem ao autor e a partilharem a sua experiência. A maioria
das pessoas dizia ter tido que recomeçar a experiência várias vezes, pois era
extremamente difícil permanecer 21 dias sem qualquer queixa. Mas que, quando
finalmente o conseguiram fazer, a vida delas mudou radicalmente. Bem, eu fiz a
minha tentativa também. E, claro, não cheguei ao fim dos 21 dias, nem me
apeteceu recomeçar do início até conseguir. No entanto, os dias em que andei a
mudar a pulseira de um braço para o outro (foi pouco tempo, mas acho que por
pouco não rebentei a pulseira, de tanto a mudar de lado!), foram os suficientes
para tomar consciência de que me queixava muito, sobre muitas coisas: ou era
sobre o tempo (porque se chove, quero sol, porque se está muito calor, quero
fresco, etc), ou sobre a comida, ou sobre a vizinha, o cão, o gato, o
piriquito.... Percebi que, desde as coisas menos importantes (de facto, a
maioria delas, sem importância alguma!), até às situações mais sérias da vida,
eu queixava-me muito.
De todo o livro, retive uma
frase. Não me lembro das palavras exactas, mas a idéia era esta: queixar sobre
as coisas, é mais fácil que mudá-las. Mudar o que não está bem, implica
responsabilizarmo-nos pela nossa vida, segurar as rédeas, aceitar as
consequências das nossas acções. Obriga a definirmos, realmente, o que queremos
e a sairmos da nossa zona de conforto, enfrentando todos os nossos medos.
Queixar é mais fácil... Por
vezes, queixamo-nos tanto de certas situações da nossa vida e nada fazemos para
mudá-las. Ou porque acreditamos que não podemos fazer nada, ou porque
"culpamos" alguém pelas circunstâncias em que estamos e esperamos que
seja essa pessoa a mudar, ou porque nos sentimos umas vítimas da vida (porque
dizem que a vida é madrasta?!) e vivemos os nossos dias zangados com Deus e o
mundo... A lista poderia
continuar.
Há coisas que eu digo que quero.
Mas depois questiono-me: "Será que queres mesmo, Catarina? Que andas tu a
fazer para o conseguir? Um dia estás decidida, cheia de certezas e, no dia
seguinte, já só vês obstáculos, a cabeça começa a fabricar todo o tipo de medos
e de dúvidas e já nem sabes se queres mesmo o que dizias querer. No fundo, se
fores honesta contigo, vais perceber que estás é com medo da mudança. Estás a
arranjar pretextos para não te desafiares, para não "pulares" para o
desconhecido." Esta foi a conversa que tive comigo durante a minha prática
de hoje.
E como sei que não sou a única a
ter que mudar a pulseira muitas vezes, decidi partilhar estes pensamentos.
Uma maior consciência, tráz uma
maior responsabilidade. A liberdade dá muito trabalho. Queixar e não fazer nada
para mudar, é muito mais fácil! Mas será
que é o melhor?...
terça-feira, 5 de novembro de 2013
Ásana de hoje - Adhomukha Svanásana
Ásana de hoje - ADHOMUKHA SVANÁSANA
Adhomukha pode ser traduzido como "olhar para baixo" e svana é "cão". Por isso, este ásana é conhecido por alguns como a postura do cão. E eles fazem-na muitas vezes, ao espreguiçar!
- mãos à largura dos ombros. Perna direita alinhada com o braço direito, perna esquerda alinhada com o braço esquerdo.
- os pés devem estar paralelos. Deixar as pontas dos pés rodarem para fora, é um dos erros mais comuns.
- as pernas devem estar bem esticadas e os calcanhares, pressionados em direcção ao chão, mesmo que não cheguem ao chão.
- o pescoço fica completamente descontraído.
- o tronco é empurrado em direcção às pernas.
- a distribuição do peso nas mãos e nos pés, é muito importante. É muito comum ver pessoas que deixam que o peso fique do lado externo dos pés e do lado externo das mãos (junto aos mindinhos). Devem evitar que isso aconteça, para que o peso fique bem distribuído. Para tal, no que toca aos pés, devem pressionar em direcção ao chão o lado interno (lado do dedão) e, no que toca às mãos, fazer força contra o chão com a zona do polegar e do indicador. Isto faz toda a diferença no alinhamento de todo o corpo neste ásana.
- devem evitar também comprimir a coluna. Para isso, a bacia sempre encaixada, para que as costas fiquem rectas.
Este ásana acalma o cérebro, abranda o ritmo cardíaco, reduz a rigídez das omoplatas e ombros (sendo boa para quem tem artrite nos ombros), tonifica e alonga os membros inferiores (óptima para corredores, pois alonga e diminui rigídez dos calcanhares), etc.
Toca a pôr tudo isto em prática!
Adhomukha pode ser traduzido como "olhar para baixo" e svana é "cão". Por isso, este ásana é conhecido por alguns como a postura do cão. E eles fazem-na muitas vezes, ao espreguiçar!
- mãos à largura dos ombros. Perna direita alinhada com o braço direito, perna esquerda alinhada com o braço esquerdo.
- os pés devem estar paralelos. Deixar as pontas dos pés rodarem para fora, é um dos erros mais comuns.
- as pernas devem estar bem esticadas e os calcanhares, pressionados em direcção ao chão, mesmo que não cheguem ao chão.
- o pescoço fica completamente descontraído.
- o tronco é empurrado em direcção às pernas.
- a distribuição do peso nas mãos e nos pés, é muito importante. É muito comum ver pessoas que deixam que o peso fique do lado externo dos pés e do lado externo das mãos (junto aos mindinhos). Devem evitar que isso aconteça, para que o peso fique bem distribuído. Para tal, no que toca aos pés, devem pressionar em direcção ao chão o lado interno (lado do dedão) e, no que toca às mãos, fazer força contra o chão com a zona do polegar e do indicador. Isto faz toda a diferença no alinhamento de todo o corpo neste ásana.
- devem evitar também comprimir a coluna. Para isso, a bacia sempre encaixada, para que as costas fiquem rectas.
Este ásana acalma o cérebro, abranda o ritmo cardíaco, reduz a rigídez das omoplatas e ombros (sendo boa para quem tem artrite nos ombros), tonifica e alonga os membros inferiores (óptima para corredores, pois alonga e diminui rigídez dos calcanhares), etc.
Toca a pôr tudo isto em prática!
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Inspiração do dia
Normalmente escrevo no final das
minhas práticas. Estou deitada no relaxamento e as coisas começam a
fluir. Por vezes, até encurto o descanso final para aproveitar a
inspiração. Sempre fiz isto. A diferença é que, agora, em vez de
escrever num caderno que ninguém vê, venho directa para o computador e
partilho convosco os meus pensamentos. Não ando mais inspirada que o
habitual, como alguns de vocês me dizem. Ando é mais "tagarela" que o
habitual :)
Hoje estava a precisar praticar mais do que tudo! Cá por
dentro estava muito desarrumada. A energia estava bloqueada de tal
maneira, que parecia estar cheia de nós no estômago, no peito, na
garganta...já para não falar dos nós na cabeça, que são os piores e é
por onde todos os outros começam :D
Agarrei-me à prática com unhas e dentes e lembrei-me de algo
que o meu primeiro professor de yoga uma vez me disse: "Já passei por
momentos muito difíceis na vida e posso vir a passar por alguns ainda
piores, mas enquanto tiver o yoga comigo, tudo está bem." Claro que
naquela altura em não percebi o que ele queria dizer. Eu tinha começado a
praticar há pouco tempo e, para mim, o yoga era uma espécie de aula de
alongamentos forte, em que tudo me doía hehehe no entanto, nunca gostei
de "deitar fora" as coisas que não entendo. E o que ele disse ficou
guardado cá dentro no meu ficheiro de "coisas em stand by", que é tudo
aquilo que não percebo, mas que tenho esperança de vir a perceber.
Felizmente para mim, já percebi o que ele queria dizer há
muito tempo e eu própria digo muitas vezes a mesma coisa. Aliás, ao
longo dos anos, já houve momentos em que senti que a única coisa que
estava certa na minha vida, era o yoga.
O que vos digo hoje é: pratiquem a bem da vossa vida!
Especialmente nos momentos em que estão mais "descentrados", mais
desarrumados cá por dentro, agarrem-se ao yoga com toda a vossa força. É
engraçado que, nos momentos em que estamos pior, às vezes é quando
praticamos menos. Mas é quando precisamos mais!
O yoga, quando vivido, mais do que simplesmente praticado,
dá-nos uma outra perspectiva sobre a vida. Só por isso, já vale a pena. E
durante a prática, se estivermos atentos (se bem que o processo é tão
forte, que acho que até um desatento percebe), podemos observar
claramente as mudanças a acontecerem no nosso interior. É um processo de
alquimia, uma magia, que transforma o denso em subtil. E a falar disto,
lembrei-me da simbologia das flores de lótus, que é usada para
representar o processo da meditação, mas que se pode aplicar muito bem a
todo o yoga.
A flor de lótus, sagrada em muitos países do oriente,
representa pureza, elevação e expansão espiritual. Ela tem as suas
raízes em águas lodosas, escuras, mas vem até à superfície e desabrocha
na forma de uma flor maravilhosa e pura. A nossa mente passa por um
processo semelhante quando praticamos. Vamos do denso, para o subtil, da
escuridão para a luz, da confusão para uma maior clareza.
O yoga não muda directamente as situações da nossa vida. Mas muda-nos a nós, a pouco e pouco. E quando nós mudamos, nada mais fica igual :)
O yoga não muda directamente as situações da nossa vida. Mas muda-nos a nós, a pouco e pouco. E quando nós mudamos, nada mais fica igual :)
Querem mudar a vossa vida? Comecem por trabalhar sobre vocês
primeiro. Querem respostas, soluções para os vossos problemas? Não
procurem fora. Nem sequer procurem dentro. Não procurem nada.
Simplesmente, parem. Olhem para dentro. Alinhem-se. Respirem. Arrumem-se
por dentro. Deitem fora o que não interessa e está a ocupar espaço.
Assim, as soluções e respostas que procuramos, têm espaço para aparecer.
E é de dentro que elas vêm.
Sigam o caminho que tem mais vida. Sigam o caminho que, só de
pensar, vos faz vibrar por dentro. E não deixem que a cabeça boicote,
como ela sempre gosta de fazer, pondo em dúvida o que sentimos, pensando
demais, racionalizando o que não é racional, deixando de acreditar.
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
Ásana de hoje - Prasárita Pádóttánásana
O ásana de hoje chama-se Prasárita Pádóttánásana. Há diferentes variações desta posição:
Alguns dos seus benefícios são:
- fortalecimento e alongamento a parte interna e posterior das pernas, assim como as costas
- tonificação dos órgãos abdominai
- alívio de dores nas costas
- aquietamento mental
Pode ser usado, com grandes benefícios, em casos de dores de cabeça e fadiga.
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Autobiografia em Cinco Capítulos
hehehe mais alguém se reconhece nisto, ou sou só eu? ;D às custas desta imagem, lembrei-me de uma coisa que li há uns anos, no Livro Tibetano da Vida e da Morte e que nunca mais esqueci. Chama-se "Autobiografia em Cinco Capítulos" e acho que serve para todos nós:
1) Caminho pela rua. Há um profundo buraco no passeio E caio lá dentro. Estou perdido... não sei que fazer. A culpa não é minha. Preciso de uma eternidade para descobrir a saída.
2) Caminho pela mesma rua. E lá está um grande buraco no passeio. Finjo que não o vejo. Caio outra vez. Custa-me a acreditar que esteja no mesmo lugar. Mas a culpa não é minha. Ainda preciso de muito tempo para sair.
3) Caminho pela mesma rua. Há um profundo buraco no passeio. Vejo que lá está. Mas caio... Já é um hábito Tenho os olhos abertos, Sei onde estou Mas a culpa é minha E saio imediatamente.
4) Caminho pela mesma rua Há um grande buraco no passeio, E passo ao lado.
5) Caminho por outra rua.
Digam lá se não é o nosso retrato? :D em algumas coisas já mudamos de rua. Mas noutras, continuamos a cair no mesmo buraco, vezes sem conta... Faz parte :)
1) Caminho pela rua. Há um profundo buraco no passeio E caio lá dentro. Estou perdido... não sei que fazer. A culpa não é minha. Preciso de uma eternidade para descobrir a saída.
2) Caminho pela mesma rua. E lá está um grande buraco no passeio. Finjo que não o vejo. Caio outra vez. Custa-me a acreditar que esteja no mesmo lugar. Mas a culpa não é minha. Ainda preciso de muito tempo para sair.
3) Caminho pela mesma rua. Há um profundo buraco no passeio. Vejo que lá está. Mas caio... Já é um hábito Tenho os olhos abertos, Sei onde estou Mas a culpa é minha E saio imediatamente.
4) Caminho pela mesma rua Há um grande buraco no passeio, E passo ao lado.
5) Caminho por outra rua.
Digam lá se não é o nosso retrato? :D em algumas coisas já mudamos de rua. Mas noutras, continuamos a cair no mesmo buraco, vezes sem conta... Faz parte :)
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Liberdade de Ser
Se eu tivesse que dar um título ao retiro deste fim-de-semana, chamar-lhe-ía "Liberdade de Ser" :) do que me lembro, acho que falei bastante sobre isso. De como às vezes, demasiadas vezes, reprimimos o que sentimos, reprimimos a livre expressão do nosso ser, em prol de uma ideia criada sobre o que "é suposto ser".
A vida pode realmente ser eterna e continuar após o que chamamos de morte. Mas esta vida, a que agora vivemos, é única. É a única hipótese que tenho de ser a Catarina. Se o yoga me trouxe algo, foi isto. O descondicionar do que eu achava que era. Perceber que a ideia que eu tinha de mim própria, tinha sido criada principalmente por todas as ideias que todas as pessoas tiveram de mim ao longo da vida, especialmente na infância. Desde pequenos que começamos a ouvir: "tu és assim", "tu és assado", "tu és cozido" e "tu és frito". E fritos estamos nós, de facto, para não dizer palavra pior, se deixarmos que sejam as ideias dos outros a moldar a nossa postura na vida. Então enquanto professora de yoga, já ouvi cada comentário... "Nunca imaginei que ouvias desta música, não tem nada a ver com yoga!", "tu vais ao ginásio??? Não tem nada a ver com yoga!", "tu deixaste de ser vegetariana???? Mas tu és professora de yoga!"...enfim, nem sei o que significa isto, a não ser que estas pessoas não sabem o que é yoga!
Reprimirmos quem somos é que não é yoga! Vivermos à luz de preconceitos, não é yoga! "Vive e deixa viver" foi um conselho que um dia me deram. Devo dizer que foi dos mais acertados até hoje :) Nem sei porque escrevi isto tudo hehehe mas se calhar foi, simplesmente, porque me apeteceu :D
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Medo...
Esta fez-me pensar... o medo, de falhar ou do que seja, trava-nos tanto! E por falar nisso, lembrei-me de uma história que um velhinho me contou há uns anos:
- "Minha filha, o medo é como uma onça. Se a onça estiver à tua frente, tu vais ter medo de andar. Se finges que ela não existe e lhe viras as costas, um dia, quando menos esperares, ela vai-te atacar. Deixa a onça caminhar ao teu lado, para que ela não te possa barrar o caminho e tu a possas ter sempre debaixo de olho".
Sábio este senhor :D
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
Mais um ásana para a vossa colecção
Parente do utthita trikonásana, este ásana é parivrtta trikonásana (revolved triangle pose). Este ásana:
- alonga e fortalece os membros inferiores
- é útil para dores na lombar e ciática
- pode ser aplicado terapeuticamente em casos de asma
- alivia problemas digestivos
- etc.
terça-feira, 22 de outubro de 2013
A prática de hoje
Gosto sempre de praticar de frente para a janela, para poder olhar para o mar, que sempre foi meu conselheiro. Mas hoje, prestei mais atenção às árvores do que ao mar. Elas eram o reflexo perfeito da minha mente :) devido ao vento, as árvores hoje não param quietas, balançam de um lado para o outro sem descanso. Durante a minha prática, a minha mente também balançou bastante! Estive menos focada, menos inteira. Não sei porquê, mas estava.
Isto fez-me pensar como, realmente, tudo é impermanente, começando pelos nossos estados de espírito. Num dia estamos agitados, noutro dia calmos, um dia estamos contentes, outro dia estamos tristes...ahh, ás vezes passamos por tudo isto e muito mais no mesmo dia! :D quando estamos cinzentos por dentro, vemos o mundo cinzento. Quando estamos mais coloridos por dentro, o mundo transforma-se numa tela cheia de cor. O mundo externo não é uma realidade objectiva e permanente. Parece ser, mas essa é uma das nossas grandes ilusões. Tudo o que é observado, depende do observador. Não vemos a realidade como ela é, vemos a imagem que a nossa mente projecta sobre a realidade.
Já que é através da mente que criamos a realidade, convém observar atentamente e tentar conhecer um pouco mais o seu conteúdo, para perceber que andamos nós a criar com os nossos padrões mentais. "As emoções e os pensamentos são as tintas e os pincéis com que pintamos a tela da nossa vida". Não me lembro quem disse isto, mas li num livro há muitos anos e nunca mais me esqueci.
O que andam vocês a pensar? Em que acreditam vocês? E não me refiro aos pensamentos mais à superfície, aqueles de que temos consciência. Não me refiro a pensamentos do género: "hoje tenho de ir ao supermercado" hehehe Importantes são aqueles que estão lá no fundo, profundamente enraízados no nosso subconsciente, arrumados no baú de tal forma que nem nos lembramos que existem. Às vezes nem sabemos que existem! Pensamentos que, independentemente de estarmos conscientes deles ou não, condicionam o nosso comportamento, condicionam a nossa auto-imagem, condicionam a nossa maneira de ver e lidar com a vida.
Conheçam-se. Façam disso uma prioridade na vida. Vivam conscientes. Essa é a verdadeira liberdade. Não é fazer o que nos dá na real gana, mas sim libertar-nos dos condicionamentos, da formatação pela qual todos passamos, que nos "obriga" a ver a realidade e a agir de uma determinada maneira.
Quando me sentei a escrever, não era nada disto que ía escrever. Mas a escrita foi-se encaminhando nesta direcção e eu não questiono quando assim é. Por alguma razão foi :)
E hoje, tudo isto foi escrito ao som de American Dreaming, dos Dead Can Dance, que hoje acompanharam a minha prática :)
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